Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quinta-feira, 27 de maio de 2010

COPA 2010 - Dos dez estádios da Copa da África do Sul, cinco são totalmente novos



   
Publicada em 26/05/2010 às 17h48m
Jorge Luiz Rodrigues, correspondente @panesp
JOHANNESBURGO - A Copa do Mundo-2014 no Brasil bem poderia usar aquele slogan de um comercial que proclamava "eu sou você amanhã". O atraso nas licitações e na construção dos estádios são enredos de um filme já visto na África do Sul. Orçados em 8,2 bilhões de rands (R$ 1,9 bilhão), em 2006, os estádios sul-africanos tiveram atrasos que motivaram críticas da Fifa. ( Confira o site especial da Copa 2010 )
Levantamento feito pelo GLOBO este mês, com base nos custos divulgados pelas nove prefeituras responsáveis pelos dez locais de jogos, aponta um valor total de 17,9 bilhões de rands (R$ 4,23 bilhões) nas construções e nas reformas. Isso representa um estouro de 9,7 bilhões de rands no orçamento (R$ 2,29 bilhões) feito quatro anos atrás. A justificativa é que o orçamento havia sido elaborado antes de os arquitetos das obras entregarem seus projetos finais, que eram muito mais caros do que o previsto.
Dos dez estádios, cinco (em Durban, Cidade do Cabo, Porto Elizabeth, Nelspruit e Polokwane) são totalmente novos, um (Soccer City, em Johannesburgo) foi 98% reconstruído e quatro (Ellis Park, em Johannesburgo, e os de Pretória, Bloemfontein, e Rustemburgo) foram reformados.
Veja também: histórias e curiosidades do continente da Copa da África 2010


Estádios

Soccer City
 
Um dos mais tradicionais estádios do continente, o antigo FNB Stadium foi palco da final da Copa Africna de Nações de 1996, quando a África do Sul conquistou  
SOCCER CITY (Johannesburgo): Inaugurado sábado passado, o maior dos palcos do Mundial-2010 poderá receber 88.460 torcedores nos oito jogos programados, entre eles Brasil x Costa do Marfim, no próximo dia 20. A Copa começa e termina no Soccer City, respectivamente, nos dias 11 de junho e 11 de julho. A reconstrução durou três anos e superou em US$ 133 milhões o orçamento inicial. O custo final ficou em 3,2 bilhões de rands (R$ 756 milhões). O design externo do estádio tem o formato de um pote usado como utensílio para cozinhar e beber caldos. Internamente, a acústica foi pensada para tornar ainda mais intimidador o barulho das vuvuzelas.


ELLIS PARK (Johannesburgo): Na Copa, terá capacidade para 61.639 torcedores e sediará sete partidas, entre elas a estreia da equipe treinada por Dunga no Mundial, no próximo dia 15, contra a Coreia do Norte. Quem assistiu ao filme "Invictus", de Clint Eastwood, conheceu um pouco o emblemático estádio, palco da histórica conquista dos Springboks na Copa do Mundo de Rúgbi -1995, quando começou, por obra de Nelson Mandela, a reconciliação do povo sul-africano, que um ano antes se livrara de décadas de segregação racial. Também no Ellis Park, em junho do ano passado, a seleção brasileira conquistou a Copa das Confederações ao vencer, de virada, os Estados Unidos por 3 a 2.


GREEN POINT (Cidade do Cabo): O mais polêmico dos estádios da Copa é também um dos mais bonitos, com visual impressionante. Tem 66.055 lugares e fica pertinho do famoso Waterfront, numa área do valorizado bairro de Green Point. Receberá oito jogos - o maior número, junto com o Soccer City e com o Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth - e custou 4,5 bilhões de rands (R$ 1,06 bilhão), o mais caro da Copa. Seu primeiro orçamento havia sido de 1,96 bilhão (R$ 463 milhões). A construção sofreu embargos ambientais e não tinha apoio nem da então prefeita da Cidade do Cabo (hoje, governadora da província do Cabo Ocidental), Helen Zille. A política mudou de opinião quando a Fifa ameaçou tirar a cidade do Mundial.


NELSON MANDELA BAY (Porto Elizabeth): Com 46.082 lugares, o estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, é um dos palcos esportivos mais belos do mundo. Construído entre um lago e o Oceano Índico e com uma cobertura em formato de velas içadas, seu custo foi de 2,1 bilhões (R$ 496 milhões). Uma das oito partidas marcadas para lá pode ser de tirar o fôlego: um encontro entre Brasil x Holanda, nas quartas de final, se as duas seleções passarem em primeiro lugar nos seus grupos e avançarem também nas oitavas.


MBOMBELA (Nelspruit): Inspirado na vida selvagem, tem torres de sustentação da cobertura em forma de girafas. Ao custo de 1,5 bilhão de rands (R$ 354 milhões), o Mbombela tem 43.589 lugares e sediará quatro jogos. Ironicamente, o estádio, localizado próximo aos limites do maior parque nacional sul-africano, o Kruger, teve problemas com o verde. Após inundação, o primeiro plantio do gramado foi removido, em novembro. Mudou-se o tipo da grama, mas também não deu certo. A grama original teve de ser replantada. O estádio foi o penúltimo a ser inaugurado, no dia 16 de maio, num amistoso da seleção sul-africana.


MOSES MABHIDA (Durban): Com 56 mil cadeiras fixas, foi planejado para diferentes configurações. No Mundial terá 69.957 lugares em sete jogos - entre eles, Portugal x Brasil, no dia 25 de junho, para o qual os ingressos já estão esgotados. A construção do Moses Mabhida custou R$ 833 milhões. Pensado para ganhar com o turismo, desde sua inauguração, em novembro passado, já faturou 4 milhões de rands (R$ 945 mil) com visitantes que fazem um passeio de teleférico até o topo do arco do estádio ou saltam de bungee jump. Tem 139 suítes, constantemente alugadas para festas de casamento e de aniversário. Do lado de fora, dispõe de centro de treinamento, com campo de rúgbi, pistas de atletismo, ciclismo e quadras.


PETER MOKABA (Polokwane): Com 45.264 assentos para o Mundial, o estádio de Polokwane receberá quatro partidas apenas na primeira fase. Custou 1,3 bilhão de rands (R$ 307 milhões), na província mais pobre e com maior número de negros da África do Sul. Por isso, apesar de ser uma terra apaixonada por futebol, a prefeitura encontra dificuldades para conseguir um arrendatário após a Copa. Polokwane não tem times profissionais nas duas divisões sul-africanas. Rúgbi e críquete, esportes da minoria branca, não pensam em se estabelecer ali.



FREE STATE (Bloemfontein):Com 45.058 lugares, o reformado estádio vai receber seis partidas do Mundial e tem uma particularidade: os torcedores de Bloemfontein, a 420 quilômetros de Johannesburgo, preferem cantar e dançar a soprar vuvuzelas. É lá que a seleção anfitriã vai decidir seu destino na primeira fase, quando enfrentar a França, no dia 22 de junho. Normalmente, é palco de jogos de rúgbi.



LOFTUS VERSFELD (Pretória): Construído em 1906, é o mais antigo estádio do Mundial, com capacidade para 49.365 mil pessoas. Passou por reforma para a Copa das Confederações, ano passado, ganhando mais uma arquibancada coberta e novas torres de iluminação. É a casa do melhor time de rúgbi do mundo na atualidade: o Blue Bulls, de Pretória, campeão do Super 14 (campeonato que reúne equipes sul-africanas, da Austrália e da Nova Zelândia), em 2009.


ROYAL BAFOKENG (Rustemburgo): É o único dos estádios da Copa que não está numa cidade ou numa township. Pertence a uma tribo poderosa, o Reino de Bafokeng, que domina as minas de platina da província de North West, onde fica a cidade de Rustemburgo, a 18 quilômetros do estádio. Reformado, terá 44.530 lugares, mas o sorteio reservou logo para a primeira das seis partidas o confronto entre Inglaterra e Estados Unidos - as duas torcidas estrangeiras que compraram mais ingressos para o Mundial.
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