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terça-feira, 25 de outubro de 2011

MEIO AMBIENTE - Menos da metade do lixo do Rio de Janeiro é tratado

Informações da secretaria estadual do Ambiente mostram que somente 38,5% dos resíduos são despejados em aterros sanitários


Cecília Ritto




Imagem do Lixão de Gramacho, na Baixada Fluminense: cinco toneladas de lixo da cidade do Rio vão para lá (Divulgação) 
  O governo do Rio de Janeiro terá que dobrar a quantidade de lixo destinada a aterros sanitários até o final de 2012, para viabilizar a meta de chegar a 2014 sem nenhum lixão funcionando no estado. A meta é ousada. Em números absolutos, isso significa passar a destinar aos aterros sanitários 13.891 toneladas de lixo, contra as 6.235 toneladas atuais. De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira pela secretaria estadual do Ambiente,apenas 38,5% dos resíduos fluminenses têm como destino os aterros sanitários. Todo o resto é despejado em lixões. A cidade do Rio, por exemplo, passou, somente este ano, a levar parte do seu lixo para o aterro de Seropédica, na Baixada Fluminense. Ainda assim, das oito toneladas produzidas pelos cariocas, cinco toneladas vão para o lixão de Gramacho, em Duque de Caxias.

Em 2011, 16 lixões foram fechados no estado. A proposta do governo é de que até o fim de 2012 mais 28 desses lugares de despejo de lixo sejam desativados. O objetivo não é simples. Entre os vazadouros a céu aberto ainda em funcionamento, o mais emblemático, o de Gramacho, só terá suas atividades encerradas em junho de 2012. Cenário do documentário Lixo Extraordinário, 1200 catadores vivem dos resíduos de Gramacho. Quanto a isso, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse já ter realizado reuniões para definir o destino dessas pessoas. Uma das propostas é oferecer cursos profissionalizantes gratuitos, para que eles aprendam outros ofícios.

Nesta segunda-feira, Minc e a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, apresentaram o Contador Regressivo dos Lixões do estado. O estudo mostra um mapeamento dos lixões e dos aterros sanitários em funcionamento. Segundo Minc, é a primeira vez que o estado se preocupou em fazer um levantamento detalhado do lixo do Rio de Janeiro. “Agora temos uma ideia clara da situação”, diz o secretário.

Segundo informações da secretaria do Ambiente, até 2007, ano inicial da gestão de Sérgio Cabral, mais de 90% do lixo fluminense iam direto para vazadouros a céu aberto. “O estado dizia que era questão dos municípios, nunca trouxe a questão para o seu colo”, afirma Minc, ex-ministro do Meio Ambiente. Era comum os municípios serem multados por manter os lixões, mas, sem alternativas, a prática continuava. Uma das medidas do estado para implantar aterros sanitários é a ajuda financeira às prefeituras. O governo paga 20 reais por tonelada de lixo despejada no aterro- que custa em média 45 reais-, e tem como contrapartida das cidades a coleta seletiva.

Atualmente, 43 das 92 cidades do Rio de Janeiro despejam o seu lixo em aterros sanitários. A meta é, em 2012, ter 71 municípios nessa situação. Para o ano que vem, a secretaria espera que 85,7% dos resíduos estadual sejam tratados. É um grande salto se comparado com 2010: apenas 11,9% do lixo iam para aterros sanitários.

Existem no Rio de Janeiro 19 aterros sanitários. Cerca de 15 deles foram instalados a partir de 2007. A vida útil deles é de 20 anos, que podem ser prorrogados conforme seja implementada a coleta seletiva. O Rio de Janeiro, no entanto, ainda engatinha quando o assunto é a seleção do lixo. Apenas 1,5% dos resíduos são separados.

Atlas de saneamento 2011- O estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o problema do lixo não é restrito ao Rio de Janeiro. A maioria das cidades brasileiras dispõe do serviço de coleta de lixo, mas 50,8% desses resíduos têm como fim os lixões.

O estudo traz a seguinte conclusão sobre o deposito de resíduos em vazadouros a céu aberto: “Trata-se de um grande desafio a ser enfrentado, pois a disposição inadequada do lixo pode causar poluição das águas e do solo, bem como problemas de saúde, sobretudo para catadores de lixo”, conta no Atlas de saneamento 2011. O IBGE aponta a coleta de lixo como uma das soluções para a redução do volume de lixo

Fonte Veja

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