sábado, 29 de maio de 2010

RUAS, IGREJAS E MONUMENTOS DO RIO DE JANEIRO - IGREJA DA GLÓRIA #inforio

Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro

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Igreja da Glória.
 
A Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, mais conhecida simplesmente como Igreja da Glória, ergue-se no alto do outeiro da Glória, no bairro de mesmo nome, na cidade do Rio de Janeiro.
É considerada uma das joias da arquitetura colonial brasileira e um dos mais característicos monumentos do Rio. Dada a sua localização elevada é facilmente visível do Aterro do Flamengo e arredores.


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Índice

História

Arquitetura e decoração

Igreja da Glória retratada pelo pintor brasileiro Leandro Joaquim (c. 1790). Antes dos aterros as águas da baía chegavam até ao sopé do outeiro da Glória.
 
A Igreja da Glória tem origem numa pequena ermida do século XVII construída em um terreno doado à Irmandade da Glória em 1699 por Cláudio do Amaral Gurgel. Não se sabe exatamente quando começou a construção da igreja, sabendo-se com certeza que foi inaugurada em 1739. Considera-se provável que tenha sido começada nos anos 1730, ainda que alguns acreditam que as obras começaram ainda em 1714. A tradição oral atribui o projeto ao tenente-coronel e engenheiro-militar português José Cardoso Ramalho, mas não há documentos que confirmem a autoria. A planta da igreja é composta por dois octógonos, o que lhe dá a forma de um "8". Os espaços curvos - especialmente elípticos - são uma forma típica do barroco e estreiam na arquitetura do Rio nesta igreja. Um dos octógonos é ocupado pela nave curva da igreja, enquanto o outro é ocupado pela sacristia. O interior da nave transmite uma sensação de monumentalidade, graças às pilastras de cantaria e ao teto abobadado.

Vista externa da Igreja da Glória. Note a galilé de entrada com a torre e a forma poligonal da nave.
 
As partes baixas da nave estão cobertas com magníficos painéis de azulejos brancos-azuis lisboetas, feitos entre 1735 e 1740 na oficina de Mestre Valentim de Almeida, com temas bíblicos, recentemente restaurados. A sacristia também está forrada de azulejos, mas com temas profanos (cenas de caça). A igreja tem três bons altares de feição rococó, datados da transição entre o século XVIII e o XIX. Sobre o arco-cruzeiro da capela-mor se encontra o escudo da Família Imperial Brasileira.
O exterior da Igreja da Glória tem um perfil característico, com os dois corpos octogonais precedidos por uma torre quadrangular coroada com uma cúpula de forma acebolada. O primeiro piso da torre tem uma galilé - espaço abobadado - por onde se entra na igreja através de um portal com um medalhão representando a Virgem e o Menino. Este portal e dois outros estão esculpidos em pedra de lioz e foram trazidos de Lisboa na segunda metade do século XVIII.

Capela Imperial

Vista do Outeiro, Praia e Igreja da Glória em 1817, por Nicolas-Antoine Taunay.
 
Após sua chegada ao Rio de Janeiro em 1808, a Família Real Portuguesa tomou especial predileção pela Igrejinha da Glória. Na igreja foi batizada em 1819 a primeira filha de D. Pedro I e D. Leopoldina, a princesa Maria da Glória, futura Rainha D. Maria II de Portugal. A partir daí todos os membros da Família Imperial foram batizados na Igreja da Glória, incluindo D. Pedro II e a Princesa Isabel. Em 1839, D. Pedro II outorgou o título de "Imperial" à Irmandade, conhecida, a partir de então, como Imperial Irmandade da Nossa Senhora da Glória do Outeiro.
Encontra-se tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Restauro

Recentemente foi recuperada com auxílio do BNDES, graças a uma verba de 991.900 reais (2006), com os trabalhos a cargo da Azevedo Agência de Arquitetura. Em seu interior e exterior foram recuperados cobertura, fachadas, muros, paramentos, forros, altares, talhas, calhas e sistema elétrico.

Características

Com paredes caiadas, emolduradas por pedras de granito, é uma das primeiras igrejas coloniais brasileiras com planta poligonal em estilo barroco. Os antecedentes lusos destas igrejas são encontrados em Lisboa, como na Igreja do Menino Deus (iniciada em 1711) do arquiteto régio João Antunes. No Brasil colônia, igrejas de planta poligonal foram construídas nessa mesma época também no Recife (Igreja de São Pedro dos Clérigos, iniciada em 1723) e em Salvador (Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, iniciada em 1739). A forma geral da igreja, de dois octógonos com torre na entrada, não tem antecedentes no Brasil nem antecedentes claros em Portugal.

Ver também

Ligações externas


   
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Arsenal de Marinha 


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