Instituição tem situação econômico-financeira comprometida, diz BC.
Banco tem 0,17% dos ativos do sistema financeiro e 0,24% dos depósitos.
Do G1, em Brasília
O Banco Central informou que foi decretada nesta sexta-feira (19) intervenção no Banco BVA S.A., com sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em decorrência do "comprometimento da sua situação econômico-financeira e do descumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição".
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O banco BVA detém, segundo a autoridade monetária, 0,17% dos ativos do sistema financeiro e 0,24% dos depósitos, com sete agências localizadas nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Procurado, o banco disse que não se pronunciaria sobre o assunto.
"O Banco Central está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis", acrescentou o BC.
Nos termos da lei, acrescentou a autoridade monetária, ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição.
De acordo com balanço da instituição financeira, o lucro líquido registrado no exercício de 2011 foi de R$ 63,2 milhões, contra R$ 89,4 milhões no ano anterior. Os ativos encerraram o exercício em R$ 6,74 bilhões, alta de 48,8%.
Avaliações de agências de risco
A agência de classificação de risco Fitch informou em nota, divulgada nesta sexta-feira, que a intervenção do BC no BVA não deverá procurar qualquer impacto no sistema bancário brasileiro.
"Esse é um banco pequeno, focado no 'middle market', cujos ativos totais de empréstimos representam menos de 1% do total de ativos de todo o sistema bancário", diz a nota.
Diante da demora em divulgar os resultados financeiros semestrais, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou, no final de setembro, o rating de força financeira do banco BVA S.A. para E de E+, bem como seus ratings de depósito de longo prazo em escala global, em moedas local e estrangeira, para Caa1 de B2.
"O rebaixamento dos ratings do BVA incorpora a incerteza sobre seu desempenho financeiro dado o atraso da publicação dos relatórios financeiros semestrais. Os últimos relatórios financeiros publicados para o ano fiscal de 2011 reportaram um enfraquecimento da qualidade dos resultados, também afetados pelos altos custos operacionais e de crédito, à medida que a qualidade de ativos deteriorou, apesar de um crescimento de crédito robusto e rápido", disse a Moody's, em nota.
No relatório, a agência mostrou-se "preocupada que as tendências identificadas no desempenho do BVA em 2011 persistam, com efeito negativo sobre a rentabilidade e, particularmente, sobre adequação de capital".
Outra intervenção
A intervenção no BVA acontece após o próprio BC ter decretado, em setembro deste ano, a liquidação extrajudicial do Banco Cruzeiro do Sul S.A. e do Banco Prosper S.A. No caso do Cruzeiro do Sul, uma auditoria divulgada no dia 14 de agosto apontou um rombo de R$ 2,236 bilhões nas contas do banco. Antes de ser liquidado, o Cruzeiro do Sul também passou por um processo de intervenção, por meio do Regime de Administração Especial Temporária (Raet).
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