Quadrilhas faturam R$ 1,44 milhão por mês com venda irregular tíquete de integração
POR Mahomed Saigg
Rio - Quadrilhas especializadas em desviar bilhetes de integração metrô-trem estão em guerra pelo controle de pontos de vendas dos tíquetes no Rio e na Baixada Fluminense. Comandadas por milicianos, as gangues estão de olho na rentabilidade do negócio que chega a movimentar R$ 1,44 milhão por mês.
No meio desta disputa estão funcionários das duas concessionárias, ameaçados de morte, e os passageiros. Há suspeita de que a ‘concorrência’ já levou a um assassinato. Imagens obtidas com exclusividade por O DIA mostram a atuação de cambistas nas estações Coelho da Rocha, Duque de Caxias e Gramacho. As outras paradas de trem em que eles agem, principalmente no início da manhã, são: Pavuna, Belford Roxo, Comendador Soares, Queimados, Oswaldo Cruz e Marechal Hermes. O mesmo se repete nas estações do metrô.
POR Mahomed Saigg
Rio - Quadrilhas especializadas em desviar bilhetes de integração metrô-trem estão em guerra pelo controle de pontos de vendas dos tíquetes no Rio e na Baixada Fluminense. Comandadas por milicianos, as gangues estão de olho na rentabilidade do negócio que chega a movimentar R$ 1,44 milhão por mês.
No meio desta disputa estão funcionários das duas concessionárias, ameaçados de morte, e os passageiros. Há suspeita de que a ‘concorrência’ já levou a um assassinato. Imagens obtidas com exclusividade por O DIA mostram a atuação de cambistas nas estações Coelho da Rocha, Duque de Caxias e Gramacho. As outras paradas de trem em que eles agem, principalmente no início da manhã, são: Pavuna, Belford Roxo, Comendador Soares, Queimados, Oswaldo Cruz e Marechal Hermes. O mesmo se repete nas estações do metrô.
Como se estivessem numa feira, integrantes do bando oferecem os bilhetes aos gritos de ‘passagem, passagem’. Despreocupados, se posicionam junto às bilheterias e roletas. Uma das imagens mostra um cambista assediando uma passageira da passarela até o guichê da bilheteria.
Na maioria dos casos, as longas filas terminam encorajam os usuários a comprar as passagens nas mãos desses atravessadores. A integração metrô-trem é vendida por R$ 4,20 sob forma de dois cartões, um para cada meio de transporte. Os cambistas compram nos guichês e revendem os tíquetes separadamente por R$ 3,10 (metrô) e R$ 2,90 (SuperVia), valores integrais das passagens. Desta forma a quadrilha consegue obter lucro de R$ 1,80 a cada dupla de bilhetes vendidos.
A estimativa é que das 70 mil integrações metrô-trem vendidas por dia, 40 mil sejam desviadas. A fraude chega a render até R$ 1,44 milhão mensal aos criminosos. “Todos querem controlar este negócio milionário. Custe o que custar”, destaca um funcionário do alto escalão de uma das concessionárias. Ele recebe ameaças de morte desde que tentou varrer os cambistas das estações.
Ameaça de morte chega a executivos
A ira das quadrilhas não se limita a funcionários que circulam pelas estações. Até executivos da SuperVia e da Metrô Rio estão recebendo ameaçadas de morte. “Está todo mundo com medo. Já tem gente que está até pensando em pedir demissão porque está se sentindo inseguro para trabalhar”, revelou um funcionário de uma das concessionárias de transporte, que preferiu não se identificar.
O medo de ser alvo dessas quadrilhas já chegou até a direção das duas empresas. Fontes ligadas à cúpula do MetrôRio e da SuperVia confirmam que as ameaças atingem seus executivos.
No início, quando detectamos que o problema estava crescendo rápido demais houve gente que tentou enfrentar esses caras. Mas em pouco tempo fomos obrigados a recuar porque começaram as ameaças de morte. E nós sabemos que essas quadrilhas não estão de brincadeira”, desabafou o funcionário.
Integração metrô-trem
O derrame de tíquetes da integração metrô-trem vendidos no mercado paralelo foi apontado como uma das justificativas para o fim do benefício. A partir de segunda-feira, a viagem integrada nos dois modais só poderá ser feita com o Bilhete Único Intermunicipal. E com novo preço: R$ 4,95.
O valor é R$ 0,75 mais caro que o cobrado atualmente com o cartão integração usado na fraude, que custa R$ 4,20. O reajuste é defendido pela direção das duas empresas que acumulam prejuízos com o esquema. A alegação é de que o novo , sem o desconto, os passageiros gastariam R$ 6 para percorrer o mesmo ptrajeto (R$ 2,90 - SuperVia; R$ 3,10 - metrô).
Fonte O Dia
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