Comissão que investiga tragédia estará em Nova Friburgo amanhã
Do R7 | 11/03/2011 às 07h23
Marcos de Paula / AE
Teresópolis foi uma das cidades mais afetadas pela chuva
A CPI da região serrana aprovou na quinta-feira (10) o primeiro roteiro de visitas às cidades atingidas pelas fortes chuvas em 11 de janeiro e, nesta sexta-feira (11), quando a tragédia que matou mais de 900 pessoas completa dois meses, a comissão fará sua primeira visita ao município de Teresópolis, onde será recebida pelo prefeito Jorge Mário Sedlacek.
A visita tem o objetivo de saber como é feito pelo município a identificação das áreas de risco, conhecer o sistema de monitoramento de construções irregulares, sistema de medidas compensatórias em empreendimentos e as regras básicas na aprovação da construção de condomínios.
Logo após, os membros da CPI irão para Câmara Municipal, onde tomarão ciência da legislação municipal para o uso e parcelamento do solo bem como um levantamento das ações da Câmara de Teresópolis no acompanhamento da tragédia.
De acordo com o relator da CPI, Nilton Salomão (PT), após as primeiras oitivas na sede da @Alerj o recolhimento de dados dos municípios darão clareza a CPI no que diz respeito ao critério de convocação dos agentes políticos para as futuras audiências a qual serão convocados.
- Fazem-se necessários o recolhimento deste tipo de dados em cada prefeitura e cada Câmara Municipal para dar mais clareza àquilo que é realmente o objeto de nossa investigação. Não tenho dúvida de que a
responsabilidade da tragédia da região serrana não é apenas da natureza. Ações preventivas poderiam ser tomadas, senão evitando todas as mortes, atenuando essa que foi uma das maiores tragédias que se tem conhecimento na história de nosso país.
A CPI da região serrana visitará no sábado (12) o município de Nova Friburgo sob orientação do mesmo cronograma a ser efetuado no município de Teresópolis. A comissão deverá também visitar alguns abrigos e áreas onde houve escorregamento de terra em área de encostas.
Tragédia das chuvas
Um forte temporal atingiu a região serrana do Estado do Rio de Janeiro entre a noite de 11 de janeiro e a manhã do dia seguinte. Choveu em 24 horas o esperado para o mês inteiro e o resultado foi a maior tragédia climática registrada no país, segundo especialistas de várias áreas.
Deslizamentos de terra e enchentes mataram mais de 900 pessoas e deixaram quase 400 desaparecidas. Cerca de 30 mil sobreviventes ficaram desalojados ou desabrigados. Escolas, ginásios esportivos e igrejas viraram abrigos. Hospitais ficaram cheios de feridos na primeira semana; estando a maioria já recuperada. Cerca de 15 dias depois da catástrofe, doenças como leptospirose (provocada pelo contato com a urina de rato) começaram a assolar a população. Autoridades então passaram a monitorar casos confirmados e pacientes suspeitos, além de educar o povo em relação à prevenção.
As cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Areal foram as mais afetadas e decretaram estado de calamidade pública. Serviços como água, luz e telefone foram interrompidos, estradas foram interditadas, pontes caíram e bairros ficaram isolados durante alguns dias.
As três esferas de governo se uniram para ajudar as vítimas e reconstruir as cidades. No dia 14 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff liberou R$ 100 milhões para ações de socorro e assistência. Além disso, o governo federal anunciou a antecipação do Bolsa Família para os 20 mil inscritos no programa em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. No dia 27 do mesmo mês, a presidente esteve no Rio e anunciou a entrega de 8.000 casas para desabrigados.
A ajuda também veio através de doações. Pessoas de diversos estados e países se comoveram com a tragédia e enviaram principalmente dinheiro, roupas, alimentos, remédios, água e colchões. Em fevereiro, as maiores necessidades, de acordo com as prefeituras dos municípios afetados, são material de limpeza, material de higiene pessoal e material descartável (como copos e fraldas).
Os animais que perderam seus donos e conseguiram sobreviver não foram esquecidos pela corrente de solidariedade. Entidades de defesa dos animais e pet shops organizaram feira de adoções. Centenas de cães e gatos ganharam novos lares e há até fila de espera de pessoas interessadas em cuidar dos bichinhos.
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