sábado, 24 de março de 2012

SAÚDE NO RIO - Ministério da Saude ( @minsaude ) escolhe empresa com risco de contaminação

Saúde escolhe empresa criticada em parecer
Premier fornecerá comida a hospital; nutricionista relatou presença de insetos na cozinha e risco de contaminação
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Gabriela Valente
.BRASÍLIA - O Ministério da Saúde ignorou um parecer técnico e selecionou a empresa Premier para fornecer a alimentação para mil funcionários e pacientes do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio. A empresa ficou em primeiro lugar na licitação aberta no mês passado, mas, de acordo com a nutricionista responsável pela vistoria na cozinha da Premier, ela não teria condições de prestar o serviço. No documento, obtido pelo GLOBO, Ana Cláudia Dias relatou que há insetos no espaço onde são preparados os alimentos, na padaria e até onde são limpos os recipientes onde a comida é transportada.

Contrato de R$ 13,4 milhões ainda pode ser questionado
O contrato com a Premier está estimado em R$ 13,4 milhões, mas ainda há espaço para recursos das concorrentes e questionamento do próprio hospital. No parecer da nutricionista da Rede Hospitalar Federal do Rio, também é levada em consideração a dificuldade de transporte dos alimentos. A inspetora mostrou no parecer que a cozinha da empresa fica no bairro de Cosmos, a 53 km do hospital. De acordo com ela, o trajeto mais rápido é pela Avenida Brasil que fica congestionada exatamente nos horários de distribuição do almoço e do jantar.


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Além de correr o risco de atrasar a refeição para os pacientes de alta complexidade, o tempo para o envasamento do alimento e o de transporte é "demasiadamente extenso e suscetível a vários riscos e intercorrências", ou seja, o risco de contaminação e de infecções é grande.

"O objetivo do pregão em questão é a manutenção de prestação de serviços de produção de nutrição normal e dietética obedecendo aos padrões de segurança alimentar e nutricional (...) prevenindo, reduzindo ou eliminando os riscos de desnutrição, infecção, auxiliando os processos de recuperação e de reabilitação dos pacientes internados, diminuindo assim o período de internação e os custos hospitalares", diz o parecer técnico de Ana Cláudia.

Preparo da comida não é feito separadamente
A nutricionista relata que não há divisão na hora de preparar a comida, o que pode levar os funcionários a confusões na comida dos pacientes. Também não há computadores para receber pedidos especiais feitos pelos médicos, como cardápio diferenciados para determinados doentes.

O pregoeiro do ministério da Saúde, Manoel Vieira Peixoto Junior, diz sucintamente, em seu parecer, que a Premier prestou informações e que tem licença da Vigilância Sanitária para operar. E que os fatores distância, reposição e sistema informatizado não foram previstos no edital da licitação e que, por isso, não podem ser levados em consideração. O Ministério da Saúde diz que o resultado da licitação ainda não está totalmente homologado e pode haver mudança no resultado.

No mesmo relatório, a nutricionista diz que visitou a empresa Sanol, que fica a 10km do hospital. O espaço tem capacidade para cinco mil refeições, é bem equipada, tem fluxo adequado e área distinta para envase e distribuição, controla a temperatura por equipamentos durante o transporte das refeições e tem um sistema informatizado para solicitações de dietas, segundo a nutricionista.

Peixoto afirmou que não daria opinião sobre a segunda empresa porque não solicitou à nutricionista que ela fosse visitada. Na Premier, uma funcionária informou que não havia ninguém da empresa para dar explicações ontem.



Fonte O Globo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/saude-escolhe-empresa-criticada-em-parecer-4400650#ixzz1q2YaxSz3

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