Em 2011, companhia recém-associada ao grupo recebeu R$ 21,4 milhões da União
Luiz Ernesto Magalhães
Ruben Berta
.
Representantes da Locanty Carlos Alberto Silva (à esquerda) e Carlos Sarres chegam à Sede da Policia Federal com a sua advogada: eles decidiram só falar em juízo
Luiz Ernesto Magalhães
Ruben Berta
.
Representantes da Locanty Carlos Alberto Silva (à esquerda) e Carlos Sarres chegam à Sede da Policia Federal com a sua advogada: eles decidiram só falar em juízo
Pablo Jacob / O Globo
RIO - Um dos alvos da reportagem do "Fantástico" sobre cobrança de propinas em contratos públicos, o grupo Locanty, dos empresários João Alberto Felippo Barreto e Pedro Ernesto Barreto, pode estar ainda mais entranhado em repartições públicas do que se imagina. Há pelo menos seis empresas que exploram a marca, têm sócios ou ligações familiares em comum. Longe dos holofotes, um nome se destaca: fundada em 1995, a SCMM Serviços de Limpeza e Conservação ganhou Pedro e João como sócios em setembro de 2010. Evoluiu de um faturamento zero em 2008 no governo federal para nada menos do que R$ 21,4 milhões no ano passado.
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Dono da Locanty: com os pés na empresa e no samba
Na União, os braços da SCMM se espalham por diversos órgãos. No ano passado, a maior fatia do bolo foi paga pela UFRJ: R$ 7,2 milhões. Em seguida veio a UFF, com R$ 2,6 milhões. Nem a Polícia Federal escapou: R$ 1,5 milhão em gastos para serviços de limpeza na Superintendência do Rio. Os valores foram evoluindo: em 2009, o total foi de apenas R$ 212,9 mil. Em 2010, R$ 5,9 milhões. Este ano não deve ser ruim: já foram R$ 4 milhões em verbas.
Na Câmara, duas empresas, um mesmo serviço
O caso da contratação de radialistas para a Câmara de Vereadores do Rio é curioso. Em 2007, a Locanty Com e Serviços foi contemplada com um contrato emergencial, alvo de suspeitas de duplicidade de pagamentos, levantadas pela vereadora Teresa Bergher (PSDB). Em maio de 2010, quem assume o serviço é a SCMM, que permanece até hoje. A vereadora irá pedir mais esclarecimentos à Casa sobre a empresa. A assessoria de imprensa da Câmara informou que no contrato de 2010 não aparecia o nome dos controladores da Locanty. Em maio de 2011, João Felippo assinou a renovação. O contrato expira em três meses e a Câmara ainda decidirá se fará nova licitação.
A prefeitura também usufrui de serviços da SCMM. Há um contrato em vigor até 1 de abril com a Riotur para a limpeza do Sambódromo e outras instalações, de cerca de R$ 400 mil. A assessoria de imprensa de Eduardo Paes informou que uma nova empresa já venceu a licitação para o serviço, mas que analisará todas as empresas relacionadas com as denúncias do "Fantástico".
A primeira empresa a receber a marca do grupo sob o comando de Pedro Ernesto Barreto e João Alberto Felippo Barreto entrou em operação em 1993. A Locanty Comércio e Serviços ainda está ativa sob o nome de Minelimp Comércio e Serviços Ambientais e tem sua sede em Caxias a poucos metros das instalações do grupo empresarial. Pedro e João deixaram a companhia — que é alvo de uma ação judicial por problemas em serviços prestados à Prefeitura de Caxias — no fim da década.
Um mistério cerca a Locanty Segurança e Vigilância. Em novembro de 2010, ela ainda se chamava Mello Camargo e Araújo, quando ganhou um pregão para prestação de serviços para a Polícia Federal. Em março de 2011, ganhou a nova nomenclatura. Mas, oficialmente, o grupo Locanty não admite ter relação com a empresa, que usa a sua mesma logomarca.
— A imagem de qualquer empresa é a sua marca. Se a logomarca é idêntica, das duas uma: a Locanty autorizou o uso ou permitiu que um concorrente violasse seu símbolo. Mas a última hipótese é improvável num mercado competitivo — disse o advogado especializado em marcas e patentes, o advogado Julio Guidi Lima da Rocha.
Outras empresas do grupo são a Locanty Parking e a Locanty Service. Em nota, o conglomerado afirmou que se considera "vítima de uma campanha desleal, de cunho concorrencial e/ou política, e prefere não se pronunciar".
Fonte O Globo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/locanty-vinculos-se-espalham-por-seis-empresas-4400584#ixzz1q2dszzO1
RIO - Um dos alvos da reportagem do "Fantástico" sobre cobrança de propinas em contratos públicos, o grupo Locanty, dos empresários João Alberto Felippo Barreto e Pedro Ernesto Barreto, pode estar ainda mais entranhado em repartições públicas do que se imagina. Há pelo menos seis empresas que exploram a marca, têm sócios ou ligações familiares em comum. Longe dos holofotes, um nome se destaca: fundada em 1995, a SCMM Serviços de Limpeza e Conservação ganhou Pedro e João como sócios em setembro de 2010. Evoluiu de um faturamento zero em 2008 no governo federal para nada menos do que R$ 21,4 milhões no ano passado.
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Saúde escolhe empresa criticada em parecer
Empresário da Toesa recebeu 3 honrarias de parlamentares
Propina: PF convoca 48 para depor
A corrupção ao longo dos anos
Dono da Locanty: com os pés na empresa e no samba
Na União, os braços da SCMM se espalham por diversos órgãos. No ano passado, a maior fatia do bolo foi paga pela UFRJ: R$ 7,2 milhões. Em seguida veio a UFF, com R$ 2,6 milhões. Nem a Polícia Federal escapou: R$ 1,5 milhão em gastos para serviços de limpeza na Superintendência do Rio. Os valores foram evoluindo: em 2009, o total foi de apenas R$ 212,9 mil. Em 2010, R$ 5,9 milhões. Este ano não deve ser ruim: já foram R$ 4 milhões em verbas.
Na Câmara, duas empresas, um mesmo serviço
O caso da contratação de radialistas para a Câmara de Vereadores do Rio é curioso. Em 2007, a Locanty Com e Serviços foi contemplada com um contrato emergencial, alvo de suspeitas de duplicidade de pagamentos, levantadas pela vereadora Teresa Bergher (PSDB). Em maio de 2010, quem assume o serviço é a SCMM, que permanece até hoje. A vereadora irá pedir mais esclarecimentos à Casa sobre a empresa. A assessoria de imprensa da Câmara informou que no contrato de 2010 não aparecia o nome dos controladores da Locanty. Em maio de 2011, João Felippo assinou a renovação. O contrato expira em três meses e a Câmara ainda decidirá se fará nova licitação.
A prefeitura também usufrui de serviços da SCMM. Há um contrato em vigor até 1 de abril com a Riotur para a limpeza do Sambódromo e outras instalações, de cerca de R$ 400 mil. A assessoria de imprensa de Eduardo Paes informou que uma nova empresa já venceu a licitação para o serviço, mas que analisará todas as empresas relacionadas com as denúncias do "Fantástico".
A primeira empresa a receber a marca do grupo sob o comando de Pedro Ernesto Barreto e João Alberto Felippo Barreto entrou em operação em 1993. A Locanty Comércio e Serviços ainda está ativa sob o nome de Minelimp Comércio e Serviços Ambientais e tem sua sede em Caxias a poucos metros das instalações do grupo empresarial. Pedro e João deixaram a companhia — que é alvo de uma ação judicial por problemas em serviços prestados à Prefeitura de Caxias — no fim da década.
Um mistério cerca a Locanty Segurança e Vigilância. Em novembro de 2010, ela ainda se chamava Mello Camargo e Araújo, quando ganhou um pregão para prestação de serviços para a Polícia Federal. Em março de 2011, ganhou a nova nomenclatura. Mas, oficialmente, o grupo Locanty não admite ter relação com a empresa, que usa a sua mesma logomarca.
— A imagem de qualquer empresa é a sua marca. Se a logomarca é idêntica, das duas uma: a Locanty autorizou o uso ou permitiu que um concorrente violasse seu símbolo. Mas a última hipótese é improvável num mercado competitivo — disse o advogado especializado em marcas e patentes, o advogado Julio Guidi Lima da Rocha.
Outras empresas do grupo são a Locanty Parking e a Locanty Service. Em nota, o conglomerado afirmou que se considera "vítima de uma campanha desleal, de cunho concorrencial e/ou política, e prefere não se pronunciar".
Fonte O Globo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/locanty-vinculos-se-espalham-por-seis-empresas-4400584#ixzz1q2dszzO1
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