Brasília - Chefe de três ministérios nas duas gestões consecutivas do presidente Lula, Tarso Genro mede o desempenho da administração petista com o termômetro da oposição. É pela reação dos adversários que ele estima o sucesso que atribui a seu grupo.
"Eles estão perplexos, o segundo governo do presidente Lula é muito melhor do que o primeiro. E seu prestígio é maior. Isso dá autoridade para ganhar as eleições e manter nosso projeto como hegemônico no País", declarou o petista, enquanto cumpria sua agenda de pré-candidato ao governo gaúcho.
Ex-ministro da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça não simultaneamente, Genro chancela a aposta governista para a corrida presidencial. "A ministra Dilma foi indicada pelo presidente da República de maneira correta, na minha opinião, porque era a única pessoa que tinha condições de unificar o partido para nos levar à vitória", opina.
Em âmbito estadual, sua projeção é de concorrer, de fato, com um candidato da possivelmente fragmentada coalização governista. "A disputa, aqui no Rio Grande do Sul, terá fatalmente o candidato do Partido dos Trabalhadores no segundo turno", anunciou o próprio candidato, que, neste sábado, 6/3, completa 63 anos de idade.
Duas vezes prefeito de Porto Alegre e pleiteando pela terceira vez o Palácio de Piratini, Tarso Genro referiu-se a uma "crise econômica bastante intensa, em função da inépcia do governo estadual" de Yeda Crusius, do PSDB.
Os tucanos, aliás, tendem a perder seu principal apoio, dos peemedebistas, que ensaiam candidatura própria do atual prefeito porto-alegrense José Fogaça. "É uma crise de definição política do campo conservador aqui, em função da dubiedade do PMDB, que sempre foi hostil ao governo do presidente Lula (...) Sempre foi um partido de centro-direita, sempre foi oposição ao governo Lula", remarcou Genro.
Ditadura
Ministro da Justiça até 10 de fevereiro e, desde então, mais distante das polêmicas sobre o texto do Plano Nacional de Direitos Humanos, o petista reafirma suas convicções, embora sem demonstrar apego às ideias que defende.
"O plano, em geral, é muito bom, reflete exatamente o desejo da sociedade brasileira, é democrático, é conciliatório. Se algum ajuste o presidente Lula acha que deseja fazer, evidentemente nós devemos obedecer à orientação do presidente", afirma.
A criação da Comissão da Verdade para regurgitar a ditadura de 1964 a 1985 talvez tenha sido a maior causa da indigestão na Esplanada. "Nosso governo é de coalização, não tem unidade ideológica completa e não tem, inclusive, uma visão uniforme, entre todos os ministros, a respeito do que aconteceu durante o regime militar", simplifica Genro.
Ele admite que o plano "representa uma visão crítica radical da ditadura". Porém, contemporiza: "Nosso governo não é um governo revanchista nem um governo de extrema esquerda, é um governo democrático, de centro-esquerda, e que tem um presidente que arbitra as questões quando elas se tornam polêmicas".
As informações são do Terra
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