quinta-feira, 2 de agosto de 2012

GREVE DOS PROFESSORES FEDERAIS - Governo não altera proposta para professores universitários e enviará projeto ao Congresso





Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Sem ceder às pressões dos professores das universidades e dos institutos federais, o governo enviará ao Congresso Nacional a proposta de reajuste salarial e de reestruturação do plano de carreira apresentada na semana passada. O anúncio ocorreu hoje (1º) à noite depois de quase três horas de reunião no Ministério do Planejamento e representantes das entidades da categoria, em greve há 77 dias.

Das quatro entidades que representam os docentes federais de ensino superior, três se recusaram a firmar acordo com o governo. Apenas a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) aceitou a proposta, que prevê reajustes de 25% a 40% e diminuição do número de níveis de carreira de 17 para 13.

Amanhã (2), o Proifes assinará o acordo com o governo que ratifica o fim das negociações. O governo não pretende atender a reivindicações adicionais. “Chegamos ao limite do que achávamos possível. Os ajustes já ocorreram ao longo das discussões. A proposta é boa, adequada e tem impacto de R$ 4,2 bilhões no Orçamento”, declarou o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.

O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, disse acreditar que, a partir da próxima semana, as universidades federais começarão a retomar as atividades. No entanto, as três entidades que se recusaram a ratificar o acordo pretendem continuar com a greve.

“Infelizmente, governo escolheu um lado para assinar o acordo. Vamos continuar firmes na greve e vamos intensificar a luta porque a indignação da categoria vai crescer muito”, destacou a presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Marinalva Oliveira. Segundo ela, o governo se recusou a negociar outras reivindicações da categoria, como a remoção de barreiras para a progressão no plano de carreira e a melhoria das condições de trabalho.

O coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Gutemberg de Almeida, também criticou o que considera intransigência do governo. “Ao anunciar que vai assinar um acordo com uma entidade que não representa a maioria dos docentes, o governo ignora a categoria. Não compactuamos com esse tipo de postura, que contraria uma promessa de campanha do governo Dilma, que é a valorização da educação”.

Além do Andes-SN e do Sinasefe, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) rejeitou a proposta. O presidente do Proifes, Eduardo Rolim de Oliveira, rechaçou as alegações de que a entidade não representa os docentes de nível superior. Segundo ele, a federação participou da assinatura de dois acordos, em 2007 e no ano passado. “O acordo de 2007 foi o melhor que os professores tiveram até hoje”.

De acordo com Oliveira, os professores conseguiram alcançar conquistas significantes com a greve, como o reajuste mínimo de 25% e a diminuição dos níveis de carreira. Ele apresentou uma pesquisa do Proifes com 5,2 mil professores de 43 universidades e institutos federais na qual 74,3% dos entrevistados responderam favoravelmente à proposta

Um comentário:

  1. Patrulha da Lama
    Braga, olá !


    Este "acordo" prova que o Ensino Público em Excelência, se ocorrer, vai demorar, mais que 25 anos para ter inicio no Brasil !

    O reajuste mínimo ( para início de carreira ) teria que ser de 45% e o máximo, de 50% !

    Qualquer jovem estudante, já sabedor de que a sua autonomia econômica, dependerá, unicamente, da remuneração que for dada pelo seu labor, só conduzirá seus estudos objetivando se qualificar, no âmbito da sua Vocação Profissional, se Ela oferecer uma REMUNERAÇÃO INICIAL, que lhe permita viver dignamente !

    Portanto, qualquer programa, que objetive dar Qualidade ao Ensino Público, tem que possibilitar uma vida digna, à quem iniciar a Carreira Pedagógica, tanto no âmbito da Remuneração, quanto no das Condições de Trabalho.

    Aliás, para qualquer categoria profissional, a regra de mercado é: quanto maior for a qualidade exigida num serviço, tanto maior terá que ser a remuneração oferecida para a sua mão-de-obra.

    Atualmente, em todo o Brasil, o Setor de Ensino Público ( assim como nos de Engenharia, Medicina etc ) apresenta carência de Profissionais, em qualidade e em quantidade. Este fato notório, é decorrente de décadas governamentais, não priorizando os seus investimentos ao Sistema Público de Ensino Básico.

    Finalmente, para a criação de um Ciclo Virtuoso que alcance a excelência no Ensino Público Básico, a primeira ação é oferecer uma ótima REMUNERAÇÃO, desde o nível inicial de carreira, aos profissionais envolvidos exclusivamente.

    Isto abrirá as portas de acesso ao setor, para que todos os jovens estudantes, com Vocação Pedagógica, se qualifiquem, já em nível de excelência, para constituírem a Primeira Geração Profissional, na nova "Etapa do Sistema".

    Lógico, que isto é válido, para qualquer País que queira progredir sustentavelmente!

    Abraços à todos !
    Voto Sempre Nulo.

    ResponderExcluir