sexta-feira, 22 de junho de 2012

SAÚDE NO RIO - Prefeito manda fechar Farmácias Populares e população fica sem remédios gratuitos durante #RioMAIS20





Rio fecha Farmácias Populares e população fica sem remédios gratuitos e com descontos durante Rio +20

Por Thamyres Dias

Maria da Graça Silva, de 58 anos, não é especialista em sustentabilidade, nem acompanhou as discussões da Rio+20. O evento que mobiliza o mundo, entretanto, atingiu a vida da aposentada em cheio. Procurando um antibiótico para a mãe, de 85 anos, ela encontrou as portas da Farmácia Popular da Penha fechadas. Nas drogarias particulares - conveniadas ao programa do governo federal que dá descontos para a compra de remédios - o medicamento não é oferecido.

- Vim de Ramos só para comprar o remédio dela. É um desrespeito a farmácia estar fechada por causa desse feriado que criaram. Na drogaria, me disseram que não tinha desconto. Tive que dar um jeito de pagar R$ 22 - lamentou Maria da Graça.

A situação foi a mesma nas outras seis unidades da capital, que ficam na Central do Brasil, na Praça Quinze, na Ilha do Governador, em Manguinhos e outras duas em Copacabana. Desde quarta-feira, os funcionários foram liberados. As farmácias só serão reabertas na segunda.

A decisão fez o aposentado José Lamberto Ramos, de 62 anos, peregrinar pela cidade em busca de fraldas geriátricas para a tia doente.

- Passei a tarde indo de uma a outra, mas nada abriu. Achei que tinha mudado o horário, depois é que soube que tinha sido a Rio+20. Se eu comprar o pacote na farmácia comum, sai a R$ 10. Comprando na Farmácia Popular, cairia mais da metade do preço - reclamou José, em frente à unidade da Central do Brasil.

De quem foi a ordem?

Segundo o Ministério da Saúde, a decisão de fechar as Farmácias Populares foi da Secretaria municipal de Saúde, que seria a responsável pela gestão administrativa das unidades cariocas. Já a secretaria negou qualquer vínculo com as farmácias. A Secretaria estadual de Saúde também negou, por meio de assessoria de imprensa, ter ingerência sobre a rede.

Enquanto os governos municipal, estadual e federal decidem sobre a origem da ordem de fechamento, a aposentada Sueli Soares, de 60 anos, espera:

- Ainda tenho um pouco de omeprazol (remédio para o estômago) e vou aguardando. O atendimento aqui é bom e o preço também. Não podia fechar assim.


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