sexta-feira, 29 de junho de 2012

IMPUNIDADE NO RIO - Taxistas envolvidos em agressão no Galeão recuperam licenças


POR CHRISTINA NASCIMENTO
JORNAL O DIA

Rio - A Justiça determinou que a Secretaria Municipal de Transportes devolva a permissão e o registro, que garantem o direito de circular na cidade, para três taxistas que, em julho de 2010, se envolveram em grave agressão a motorista no setor de embarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional do Galeão.

Na ocasião, o colega de profissão Kléber Luiz Oliveira da Rosa, 33 anos, foi espancado ao pegar passageiro no local. Os motoristas que conseguiram o registro de volta haviam sido indiciados pela polícia por omissão de socorro, mas não denunciados pelo Ministério Público. Foram beneficiados Sandro de Souza, Luiz Ramos de Oliveira e José Carlos Santos Rangel.

Kléber, que não tinha licença de taxista, desmaiou e perdeu dente após apanhar. Ele ficou seis dias internado | Foto: Agência O Dia

Outros quatro motoristas respondem por tentativa de homicídio. Kléber, que atuava irregularmente, levou socos e chutes na cabeça, por 20 segundos. Ele perdeu um dente, ficou inconsciente e foi internado por seis dias no Hospital Miguel Couto, na Gávea. Toda a agressão foi filmada por câmeras da Infraero. Veja abaixo o vídeo da agressão:

No despacho em que concede o mandado de segurança em favor dos três taxistas, o juiz da 1ª Vara de Fazenda Pública, Afonso Henrique Ferreira Barbosa, afirma que não se discute a gravidade da agressão a Kléber.

"Entretanto, cassar a permissão dos impetrantes, contra os quais não há qualquer acusação de agressão por nenhuma das autoridades competentes (delegado de polícia e promotor de justiça), revela inadmissível carga discriminatória e preconceituosa”, afirma o juiz.

A secretaria foi notificada e informou que cumprirá a decisão judicial. Os taxistas voltam para a rua nos próximos dias. Segundo a secretaria, o afastamento ocorreu porque o grupo infringiu o Código Disciplinar do órgão.

Juiz afasta 32 de terminal

Em maio, a Justiça ordenou que 32 taxistas ficassem a pelo menos um quilômetro de distância do entorno do Galeão. Eles são acusados de serem ‘jóqueis’ — como são chamados os que oferecem serviço de transporte não autorizado. As investigações começaram após a agressão ao motorista Kléber Luiz Oliveira no aeroporto.

O controle de táxis no terminal está longe de desfecho. Segunda-feira, resolução da prefeitura suspendeu por 30 dias o programa ‘Táxi Boa Praça’, que permitia apenas credenciados de atuarem no local. Com isso, qualquer táxi regularizado — especial ou amarelinho - pode pegar passageiros no aeroporto.

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