Bordoni admitiu ter recebido de Cachoeira por serviços prestados ao governador
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira vai convocar o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que admitiu ao jornal O Estado de S.Paulo ter recebido da empresa Alberto e Pantoja, vinculada ao esquema do contraventor Carlos Cachoeira, por serviços prestados à campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Para reduzir o desgaste do correligionário, tucanos tentam antecipar para esta semana o depoimento de Perillo à CPI, marcado para 12 de junho.
— Vamos cobrar a antecipação da vinda do Marconi porque ele é um governador, não um depoente qualquer que possa ficar sangrando.
Foi o que disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), titular tucano na comissão.
Antecipar o depoimento para esta semana não será, porém, tarefa fácil. Devido ao feriado de Corpus Christi, na quinta-feira (7), a comissão deverá ter apenas um dia de trabalho, a terça-feira (5), porque na quarta-feira (6) o Congresso já estará esvaziado. Ainda assim, os tucanos pressionarão.
— Estamos pedindo desde o início para agendar o depoimento do Marconi, que até apareceu na CPI, pondo-se à disposição.
Foi o que disse o líder no Senado, Álvaro Dias (PR). Ele defende que Bordoni só seja ouvido após a CPI inquirir Marconi.
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Demóstenes explica seu silêncioTapete vermelho
O senador Pedro Taques (PDT-MT) apresentou sexta-feira (1) requerimento para convocar Bordoni. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) acredita que Bordoni tem o "perfil ideal" para colaborar.
— Como já se manifestou pelo noticiário, ele pode funcionar como aliado de quem quer apurar. A CPI deve convidá-lo e estender-lhe o tapete vermelho.
Para o petista Humberto Costa (PE), Bordoni deve ser ouvido logo.
— Ele deve conhecer os meandros da campanha do Marconi, as doações, e os fatos que ele revelou comprometem o governador.
Costa acredita que, mesmo que os tucanos resistam à convocação, não terão força para barrá-la. Outro personagem a ser convocado é o ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antonio Pagot, que atribui sua queda do cargo ao grupo de Cachoeira - diz ter arrecadado recursos, ainda no Dnit, para a campanha da presidente Dilma Rousseff e denunciou "caixa dois" para campanhas do PT e PSDB.
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