Pastor recebeu R$ 800 mil do Governo Federal
Verba foi repassada à ONG dirigida por religioso Marcos Pereira através da Prefeitura de São João de Meriti, em 2007 e 2011
POR FRANCISCO EDSON ALVES
Rio - O Instituto Vida Renovada, ligado à Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias (Adud), recebeu R$ 800 mil do Governo Federal, por meio de repasses feitos através da Prefeitura de São João de Meriti, na Baixada, em 2007 e 2011.
Pastor Marcos: ‘Estou sendo vítima de perseguição política’ | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
O instituto era uma das ONGs que haviam sidos selecionadas pela Secretaria Estadual de Assistência Social para administrar clínicas de recuperação de dependentes químicos, mas teve convênio cancelado, depois de O DIA mostrar que o pastor Marcos Pereira da Silva, líder da Adud, está sendo investigado pela Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). A investigação é por suposta associação ao tráfico de drogas e agressão. O cancelamento do contrato foi anunciado em nota oficial.
DUAS PARCELAS
Conforme o Portal da Transparência da Procuradoria-Geral da União, os R$ 800 mil foram repassados em duas parcelas iguais de R$ 400 mil, em 13 de dezembro de 2007 e 18 de janeiro de 2011. Os dois valores foram liberados pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, mesmo após o instituto ter sido citado na CPMI das Ambulâncias (que ficou conhecida como Sanguessuga) do Congresso Nacional, em 2006, por suposto pagamento de propina de R$ 30 mil a políticos ligados ao instituto.
Já os R$ 800 mil foram usados, segundo consta no Portal da Transparência, para ‘garantir a orientação geral sobre Direitos Humanos a qualquer vítima de violação, seja eles de forma física, psicológica, econômica ou comportamental’, e em ‘atividades conforme plano de trabalho’.
‘Se precisar, vamos entrar na Justiça’
Marcos Pereira voltou a negar que o instituto não seja idôneo. “Nunca foi investigado. Hoje (ontem), a secretaria (de Assistência Social) garantiu que a ONG vai assinar o convênio, sim. Se voltarem atrás, vamos entrar com um mandado de segurança. Não há nenhuma irregularidade”, disse.
Pereira afirmou que seis ambulâncias foram compradas com os R$ 770 mil liberados pelo Fundo Nacional de Saúde em 2006. “Estão rodando até hoje, socorrendo dezenas de necessitados. Se houvesse alguma irregularidade, mais verbas não seriam repassadas depois. Muito menos, publicadas no Portal da Transparência”, acrescentou.
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