Conteúdo não foi divulgado. Averiguação será enviada nesta segunda-feira à Corregedoria da PM
A cadela Pantera, atingida por spray de pimenta, e seu dono, morador da Rocinha
PAULA GIOLITO / AGÊNCIA O GLOBO
RIO - Responsável pelo patrulhamento na Rocinha, ocupada pela PM desde novembro do ano passado, o major Edson Santos disse que opolicial que usou o spray de pimenta contra a cadela Pantera foi ouvido neste domingo. O oficial não revelou o conteúdo do depoimento — informou apenas que foi aberta uma averiguação sumária, que será enviada nesta segunda-feira à Corregedoria da Polícia Militar. Santos informou ainda que o dono do animal, José Luiz Francisco, foi procurado por PMs na favela, mas não quis prestar depoimento sobre o caso.
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O policial que usou o spray de pimenta não foi identificado nem quis dar entrevista, mas colegas que o acompanhavam no patrulhamento afirmaram que ele tomou a medida porque se sentiu ameaçado por Pantera.
— O cachorro ia avançar para cima dele — disse um dos PMs, que pediu para não ter o nome divulgado.
O fato inusitado marcou, na manhã deste domingo, o patrulhamento na Favela da Rocinha, quando o policial usou o spray contra a cadela, que não parava de latir. A ação provocou protestos de pedestres que passavam pela Via Ápia e de seu dono. Segundo ele, apesar do nome de animal selvagem, Pantera é uma vira-lata de 6 anos que não faz mal nem a uma mosca.
— Pantera é tão mansa que vive solta. Todo mundo aqui a conhece. Ela chegou em casa quase sufocada. Quando me contaram o que tinha acontecido fiquei indignado — disse Francisco, acrescentando que a cadela anda triste porque perdeu uma ninhada há dois meses.
A equipe do GLOBO flagrou o policial militar borrifando spray de pimenta no cão nas proximidades da Via Ápia. A fotografia, publicada no site, foi postada também na página do GLOBO no Facebook, onde, até as 19h, foi compartilhada mais de 12 mil vezes e teve mais de 3.700 mil comentários. No Twitter, centenas de internautas compartilharam a foto.
Patrulhamento reforçado após confronto
O patrulhamento na Rocinha foi intensificado ontem pela manhã. No fim da madrugada, houve um confronto entre policiais e traficantes de drogas. Um suspeito de 22 anos levou um tiro no braço esquerdo e está internado sob custódia no Hospital Miguel Couto. Com ele, foi apreendida uma pistola. PMs passaram o domingo procurando outros dois homens que teriam sido baleados, mas nenhum ferido foi encontrado nas buscas.
De acordo com o major Santos, oito policiais faziam uma ronda pela Rua do Valão quando, por volta das 5h, viram quatro homens armados com fuzis. O bando, segundo os PMs, abriu fogo e deu início a uma fuga.
Os policiais revidaram e, seguindo um rastro de sangue, chegaram a um barraco na localidade conhecida como Rua Um. O suspeito ferido estava escondido atrás de uma geladeira. Segundo os PMs, ele contou que entrou para o tráfico de drogas da Rocinha há dois meses. O suspeito não tem passagem pela polícia.
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