Ministro fala em ‘esquema fraudulento’ dentro da Unirio
Aloizio Mercadante afirma que envolvidos com matrículas irregulares serão punidos
Ministro da Educação, Aloizio Mercadante na palestra de James Heckman, Nobel de Economia, na FGV.
SIMONE MARINHO/AGÊNCIA O GLOBO
RIO - O Ministro da Educação (MEC), Aloizio Mercadante, afirmou, nesta segunda-feira (7), que todos os envolvidos na fraude das matrículas da Escola de Medicina e Cirurgia (EMC) da Unirio serão “punidos com todo o rigor da lei”. Como O GLOBO vem noticiando há cerca de três semanas, cinco estudantes se matricularam na faculdade ilegalmente, usando números de inscrição que haviam sido cancelados. Suspeita-se de que cada um deles tenha pago cerca de R$ 70 mil por vaga. Aloizio Mercadante disse acreditar que o problema jamais teria acontecido sem a participação da funionários da instituição.
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- Seguramente tem funcionários da universidade envolvidos na fraude. Isso não poderia ter acontecido se não tivesse um esquema fraudulento dentro da própria faculdade, já que os alunos sequer estavam no Enem. Além da Polícia Federal, a Controladoria Geral da União (CGU) está fazendo um trabalho de auditoria em todas as matrículas de universidade. A reitoria da Unirio também abriu um inquérito administrativo. Tenho certeza que tanto os beneficiários quanto os beneficiados, mesmo que indiretamente, serão punidos com todo o rigor da lei - afirmou o ministro da Educação durante um evento sobre educação infantil na Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, no Rio.
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Esta é a primeira vez que uma autoridade do governo federal faz referência, de maneira direta, a um envolvimento de funcionários da Unirio. Desde que o problema veio à tona, a instituição abriu uma sindicância interna, colheu depoimentos de professores e funcionários, mas não conseguiu contato com os alunos envolvidos. A Polícia Federal intimou os cinco alunos a depor sobre o caso. De acordo com a PF, já existe uma linha de investigação. A Delegacia de Crimes Fazendários (Delefaz) se baseia no artigo 313A do Código Penal (inserção de dados falsos em sistemas de informação) para apurar como os estudantes foram cadastrados na universidade.
O Ministério Público Federal (MPF) também investiga as fraudes. Com base nas reportagens do GLOBO, a procuradora federal Marcia Morgado instaurou um inquérito civil público. Diante das novas denúncias, ela ampliou o objeto de estudo para verificar irregularidades não apenas na EMC, mas em outros cursos de graduação. Fontes ligadas à universidade dizem que foi encontrada uma nova matrícula irregular, desta vez na Escola de Enfermagem. No entanto, o reitor negou. A pedido do Ministério da Educação (MEC), a Controladoria Geral da União (CGU) fará uma auditoria na situação de todos os alunos matriculados na Unirio.
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