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Presidente vai ao Rio para cerimônia de entrega de títulos a Lula, onde estarão também Sérgio Cabral, prestes a ser convidado para a CPI do Cachoeira
Presidente Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral visitam os estragos causado pela chuva em Nova Friburgo, Rio de Janeiro - 13/11/2011 (Pedro Kirilos/Agência O Globo)
A agenda oficial da Presidência da República reserva para Dilma Rousseff um compromisso delicado nesta sexta-feira. A presidente visitará a cidade para cerimônia de entrega dos títulos de doutor honoris causa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedidos por cinco universidades públicas – a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal Fluminense (UFF) e a Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A entrega do título a Lula, que coleciona sete outras honrarias semelhantes, vai reunir para mais uma fotografia antigos aliados, no estado que deu a Dilma 60% dos votos válidos para a presidência. Mas um deles, no momento, não é a melhor companhia para o noticiário.
O governador Sérgio Cabral enfrenta a pior crise de seu governo. Na fila para ser convidado a depor na CPI do Cachoeira, Cabral deve explicações sobre suas relações com o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta e mergulhado nas suspeitas de irregularidades em contratos em vários estados – com destaque para o Rio. A Delta é uma das principais empreiteiras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cria da presidente e bandeira de campanha da aliança PMDB-PT no Rio. O peso da empreiteira no programa criou agora um problema para o governo: como a Delta perdeu fôlego, começa a abandonar seus contratos, o que, para o PAC, é sinônimo de atraso.
O ex-presidente tentou, sem sucesso, emplacar o ex-líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza (PT-SP), na relatoria da CPI mista que investigará as ligações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com os governos estaduais e federal. A confirmação da convocação de Sérgio Cabral será, para o PMDB, um revés importante em ano eleitoral – o governador é o principal cabo eleitoral no estado, onde o partido terá candidatos próprios em 65 dos 92 municípios. Um deles a capital, onde Eduardo Paes também tem a Delta como um sinal de alerta, dado o volume de contratos em poder da empresa.
O maior desgaste de Cabral, no momento, vem de um arquirrival no estado, e de uma ainda mal esclarecida relação entre ele e o dono da Delta. Deputado pelo PR e ex-governador, Anthony Garotinho tem abastecido o noticiário com fotos e vídeos de Cabral e Cavendish em viagens, festas e jantares na Europa. Sobre as imagens, há muito o que explicar. E há também o que é politicamente inexplicável. Entre os comensais, está o secretário-chefe da Casa Civil do governo do estado, Régis Fichtner, que aparece em algumas das imagens ao lado de Cavendish. Fischtner foi o homem de confiança escolhido por Cabral para fiscalizar os contratos da Delta.
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