quinta-feira, 24 de maio de 2012

CPI DO CACHOEIRA - Membros da CPI protocolam ação contra a Delta


UOL



Três integrantes da CPI do Cachoeira protocolaram na Justiça Federal uma ação contra a Delta Construções. Pedem, entre outras providências, o bloqueio das contas bancárias, a indisponibilidade dos bens e ativos e a nomeação de um interventor judicial para supervisionar a gestão da empresa.

Assinam a petição os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). Tecnicamente, a iniciativa recebe o nome de ‘cautelar preparatória para ação popular.’

Se forem acatados, os pedidos terão efeitos diretos sobre a operação de transferência da Delta para a J&F Holding. Controladora do frigorífico JBS, a J&F assumiu a gestão da Delta há duas semanas. Realiza uma auditoria nos contratos e ativos. Ao final, poderá exercer a “opção de compra” da construtora que tem como controlador Fernando Cavendish.

Ao anunciar o ajuizamento da ação, Pedro Taques, que é ex-procurador da República, disse que a iniciativa deveria ter partido da CPI. Porém, “a CPI não tomou providências”, disse o senador. “Assim, nós parlamentares, no exercício do direto constitucional de cidadãos, ajuizamos a ação. Estamos acompanhando na CPI quase que um acordo para que aqueles que são do PT não sejam investigados. E os do PSDB também. Não concordamos com esse tipo de acordo.”

Taques lembrou que “a Delta recebeu quase R$ 4 bilhões do PAC”. Disse que “parte desse dinheiro [R$ 39 milhões] foi depositado em empresas fantasmas ligadas a Carlinhos Cachoeira. Que, por sua vez, está sendo investigado pela CPI e processado em Goiás pela prática de vários crimes, em autêntica viagem pelo Código Penal.”

Na opinião do senador, “a CPI já deveria ter afastado os sigilos bancário e fiscal da Delta”. Demora-se a fazê-lo porque parte de seus integrantes operam para “proteger os amigos e conhecidos.” Além da ausência da quebra dos sigilos da empreiteira, Taques criticou a protelação da análise dos pedidos de convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Distrito Federal, Agnelo Querioz (PT) e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

A movimentação de Taques, Miro e Randolfe é parte de uma estratégia noticiada aqui na semana passada. Foi chamada por Miro de “guerrilha de ações” contra a Delta.


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