Diana Brito
A 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu nesta terça-feira habeas corpus para pelo menos 40 pessoas --a maioria policiais-- presas durante aoperação Guilhotina, desencadeada pela Polícia Federal em fevereiro.
Entre os presos que responderão as acusações em liberdade está o delegado da Polícia Civil Carlos Antônio Luiz de Oliveira. Ele foi preso no dia 11 de fevereiro, também durante a operação, suspeito de desviar armas do narcotráfico. Ele nega as acusações.
De acordo com a assessoria do tribunal, o pedido de habeas corpus foi aprovado por unanimidade pela 7ª câmara. Agora, a comunicação será encaminhada para 32ª Vara Criminal --que expediu as prisões.
Os suspeitos foram denunciados por formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva, extorsão, violação de sigilo funcional e comércio ilegal de arma. De acordo com as investigações, um grupo fazia parte de milícia; dois eram ligados a traficantes e praticavam o "espólio de guerra" (desviavam armas, munição, drogas e objetos apreendidos em operações) e, alguns, atuavam na segurança de contraventores.
TURNOWSKI
A operação também resultou no indiciamento do ex-chefe da Polícia Civil Allan Turnowski, que deixou o cargo em fevereiro suspeito de passar informações sobre a Guilhotina a um inspetor investigado. Ele nega.
O telefone do inspetor estava grampeado e, com base nas escutas, a Polícia Federal indiciou Turnowski sob suspeita de vazamento de informação.
A delegada da Polícia Civil Márcia Becker, ex-titular da 22ª Delegacia da Penha, zona norte do Rio, também foi indiciada. No dia da operação Guilhotina, Becker conversou ao telefone com um inspetor da 22ª DP, que estava com celular grampeado e era um dos investigados com mandado de prisão.
No telefone, o inspetor pede, segundo da PF, para Becker dizer aos agentes federais que ele estava de férias. A delegada teria concordado. A Folha não localizou a delegada.
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