domingo, 25 de abril de 2010

JOGOS 2016 - Projetos para Jogos Olímpicos do Rio-2016 já têm atrasos


   
RODRIGO MATTOS
da Reportagem Local


Apenas sete meses após o Rio ganhar a disputa para sede olímpica, já há atraso em projetos esportivos e de organização para os Jogos de 2016.
Até agora não foi liberado nada dos R$ 300 milhões prometidos pelo Ministério do Esporte em novembro. A verba daria início a programas olímpicos, e parte desse dinheiro --R$ 120 milhões-- seria aplicada especificamente no plano para tornar o país uma "potência".
Só que a proposta para instituí-lo está travada há quase cinco meses no governo, que recebeu em dezembro pedidos de verbas das confederações olímpicas. "O Ministério do Esporte está finalizando uma proposta de incremento do esporte olímpico e paraolímpico no país", informou a assessoria da pasta.
O principal motivo para a paralisação é uma discussão entre o comitê e o governo em relação ao formato do projeto, segundo dirigentes das confederações. A entidade e a pasta negam as desavenças.
Enquanto isso, confederações já relataram um atraso no plano de longo prazo para 2016.
"Quando o presidente [Carlos Arthur] Nuzman nos convocou, definiu um prazo curto para os projetos. Entendíamos que o investimento seria imediato", contou o presidente da Confederação de Pentatlo, Hélio Meirelles. "O número de tarefas que temos pela frente é muito grande".
As modalidades de menos recursos foram as mais prejudicadas. "Praticamente, perdemos um ano de preparação", afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Azevedo.
Os esportes com mais tradição no país sofreram menos danos. 'Não tivemos atrasos. Não deixamos de fazer viagens. Podem ser feitas adequações posteriores quando vier a verba'', explicou o presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley.
As confederações levaram cerca de R$ 34 milhões pela Lei Piva no ano passado. Esse valor pode triplicar com a liberação de verba prevista pelo governo. E pode até ser multiplicado por sete se todas as reivindicações forem atendidas.
Há ainda o caso das duas confederações que receberam status de olímpicas, golfe e rúgbi, que só terão verbas da Lei Piva a partir de 2012, segundo COB. Por ora, só terão recursos do comitê por meio de projetos esporádicos. "Ainda estamos em negociação com o COB", contou o presidente da confederação de golfe, Rachid Orra.
Fora do campo esportivo, o ministério também fez pouco. Até agora não houve recurso governamental para o Comitê Organizador Rio-2016.
Ainda com uma equipe reduzida, como previsto, o comitê tem sido administrado com verba privada de sobras da campanha olímpica. Foram R$ 5,5 milhões restantes do investimento feito por empresas e pelo empresário Eike Baptista.
Em outubro, o ministério dizia que também tinha "restos da candidatura" e que parte seria repassada até o final daquele ano ao comitê. Houve outra promessa, de R$ 15 milhões, do total inicial a ser investido.
Outra tarefa nas mãos do governo é a constituição da APO (Autoridade Pública Olímpica), órgão que tocará as obras por parte da administração pública, com governos municipal, estadual e federal. O COI pedira que estivesse pronta em abril.
Mas a APO só deve ser apresentada em maio, na visita do comitê internacional ao Brasil. Isso porque o seu formato ainda é discutido pelos governo.
O Rio-2016 cumpriu os prazos combinados com o COI para estabelecer seu estatuto e boa parte de seus integrantes.
Mas, na esfera do governo, os primeiros passos olímpicos têm sido lentos.

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