terça-feira, 13 de abril de 2010

ESPORTE/FUTEBOL - Koff é reeleito presidente do Clube dos 13

O ex-presidente do Grêmio, que já comanda a entidade desde 1996, ficará no cargo pelos próximos três anos. Ele bateu Kléber Leite por 12 votos a 8

Carolina Elustondo São Paulo
Carolina Elustondo/GLOBOESPORTE.COM

Fábio Koff derrotou o candidato de oposição Kléber Leite por 12 a 8, nesta segunda-feira

Fábio Koff, ex-presidente do Grêmio, foi reeleito, no início da tarde desta segunda-feira, presidente do Clube dos 13 para o próximo triênio. Com 12 votos a 8, ele bateu flamenguista Kléber Leite, em eleição realizada em São Paulo. Será o sexto mandato de Koff, que está no comando da entidade desde 1996.

A eleição é feita de forma direta, com os 20 presidentes de clubes votando. Kléber precisaria ter 11 votos, porque, pelo estatuto, o candidato mais velho ganharia em caso de empate. Koff teve as 12 indicações que esperava e ganhou.

- Foi importante ter duas candidaturas porque desde que assumi sempre disse que todos têm que ter um lado, para que haja o debate. Foi um dia épico, de fortalecimento do Clube dos 13 como entidade. Nós nos comprometemos com alguns objetivos a curto prazo - disse Koff.

Logo após a votação, o candidato derrotado comentou o resultado e cobrou do vencedor empenho para realizar mudanças.

- Montamos uma oposição forte o que mostra que as mudanças têm de ser feitas. Agora, espero que o Koff cumpra o que prometeu. É preciso uma melhora na estrutura e mais força para os clubes junto à CBF e a Conmebol, além de força no Senado para a mudança de leis – declarou Kléber Leite.

O presidente do Corinthians, Andrés Sanches, que deu suporte à candidatura de Leite, reforçou as cobranças.

Carolina Elustondo/GLOBOESPORTE.COM

Derrotado na votação, Kléber Leite fez cobranças ao presidente reeleito do Clube dos 13 Fábio Koff

- Agora que a eleição acabou, temos de cobrar as mudanças que o Fábio Koff prometeu - disse o mandatário do Timão.

Em uma manobra política, Fábio Koff antecipou o pleito. Marcada inicialmente para novembro, a eleição veio para abril. Nos bastidores, se comenta que a mudança foi uma cartada para não permitir que Kléber Leite tivesse tempo para sair em campanha e tentar ganhar novos apoios.

Apesar disso, o ex-dirigente do Flamengo preferiu destacar que suas diferenças com o presidente reeleito se resumem à forma de pensar.

- Não tenho mágoas, tenho grande carinho pelo Koff, mas neste momento pensamos diferente - explicou.

Confira como votaram os clubes:


Fábio Koff (12 votos) Kléber Leite (8 votos)
Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Guarani, Internacional, Palmeiras, Portuguesa, São Paulo e Sport. Botafogo, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Goiás, Santos, Vasco e Vitória.

Em entrevista coletiva, após a confirmação de sua permanência no cargo, o presidente reeleito do Clube dos 13 falou com a imprensa sobre seus principais objetivos no novo mandato, disse que lutará por melhores condições para os clubes menores e comentou o apoio do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ao candidato de oposição.

Confira os principais trechos da entrevista:

Longo tempo no comando

A questão de eu ser um presidente "cara batida" decorre de duas circunstâncias. Uma delas é porque o estatuto restringe, e muito, a liberdade de alguém se apresentar como candidato. Para isso tem que ser ex-presidente de clube e não pode estar no exercício. Não que eu esteja cansado. Mas aceitei a minha candidatura por todas as manifestações que ocorreram, seja pelo presidente da CBF seja por outros opositores. Vi que estava em jogo a sobrevivência do Clube dos 13.

Fim da reeleição

Eu não sou a favor do continuísmo. Estou aqui porque a disponibilidade de nomes é restrita. Tanto não sou a favor que está circulando há mais de quatro meses uma reforma estatutária, não para proibir o continuísmo, mas para aumentar o leque de possibilidades entre os candidatos. Mas, de qualquer forma, o continuísmo no Clube dos 13 não é o mesmo que em um clube de futebol. Fui presidente do Grêmio duas vezes em épocas distintas e não voltei. Se o estatuto novo tivesse sido aprovado em dezembro eu não seria candidato.

Apoio de Ricardo Teixeira a Kleber Leite

Até alguns dias atrás confesso que não acreditava que o Dr. Ricardo (Teixeira, presidente da CBF) estivesse envolvido nesse processo, até por não ter razão para isso. Só fui acreditar que ele estivesse envolvido no momento em que presidentes de federações entraram em campo e, de maneira ostensiva, pediram votos, até com ameaças. Mas em nenhum momento recebi um telefonema do Dr. Ricardo, nem dizendo que tinha candidato, nem que eu servia.

Principais objetivos da nova gestão

Primeiro organizar uma reunião com os clubes da Série B e revisar o contrato de cotas desses clubes com a emissora e a CBF, porque não e possível que clube que representam parcelas grandes da torcida brasileira recebam somente R$ 50 mil por mês. Nossa proposta é reforçar os pequenos, sem diminuir os grandes. Queremos acolher os clubes da Série B e, assim, ter 40 equipes representadas aqui. Daí para formar uma liga não é difícil. Me comprometo a acolher os clubes da Série B no estatuto dos 13. Se isso vai gerar uma liga, não sei. Mas temos obrigação de ajudar o Sport, o Figueirense, o Náutico, a Portuguesa. Você não paga nem o roupeiro com R$ 50 mil, com todas as obrigações.

O segundo objetivo é fazer a reforma estatutária, que muda os requisitos para os candidatos a presidente e também a forma como os vices e comissões são escolhidos. O objetivo é que estes não sejam mais indicados pelo presidente, mas escolhidos por uma diretoria.

Mudança no calendário brasileiro

O calendário do futebol brasileiro é, por lei, de competência da CBF. Não conseguimos retirar de lá nas emendas de projetos. Mas isso não impede de negociarmos. Quanto à divisão de cotas: elas são estabelecidas na assembleia geral dos clubes, de forma democrática. O Clube dos 13 tem acompanhamento mensal, de acordo com a força da imagem, que é refletida na compra do payperview

Federações pressionadas

As pressões que a Federação Paulista e outras exerceram são públicas. Eles telefonavam para os presidentes filiados às federações. Quanto ao fato de o Dr. Ricardo (Teixeira) declarar publicamente que adotou um candidato sem consultar o C13, vejo como uma intervenção indevida em uma entidade que não é dele. É uma maneira de pressionar. Ele queria interferir em um processo eleitoral de uma entidade que não comanda.




 


 

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