sábado, 24 de abril de 2010

CASO BELO MONTE - DENÚNCIA: Vencedor de Belo Monte responde a processos do MP em quatro estados


   
SÃO PAULO - Escolhido pelo governo para liderar o consórcio que arrematou na semana passada a concessão para a construção da polêmica usina de Belo Monte, no Rio Xingu, o grupo Bertin deixou um rastro de denúncias de crimes ambientais e trabalhistas pelo país quando, ano passado, transferiu seus negócios dos ramos de carnes, couros e lácteos para a ex-rival JBS. É o que mostra reportagem de Tatiana Farah e Ronaldo D'ercole na edição deste domingo do jornal O Globo, segunda a qual, o grupo responde a processos em pelo menos quatro estados: Pará, Tocantins, São Paulo e Mato Grosso do Sul. ( Entenda a polêmica de Belo Monte )
No Pará, onde será construída Belo Monte, o grupo e seus sócios são processados na Justiça Federal por colaborar com a devastação da Amazônia, negociando fazendas de áreas desmatadas ilegalmente e bois criados em fazendas comprometidas, de acordo com denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que inclui as fazendas do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, entre os supostos criminosos.
Leia também: Empreiteiras tenta aderir ao consórcio de Belo Monte No ano passado, os procuradores impuseram um veto à carne do Bertin. E grupos ambientalistas, como Amigos da Terra e Greenpeace, denunciaram a empresa em um documento internacional por devastação florestal. Na época, o presidente do Bertin, Fernando Bertin, disse que a imagem do grupo nunca havia sido tão afetada:
- Ficamos surpresos com a recomendação (de veto do MPF). Nossa imagem nunca foi tão arranhada em relação aos clientes.
A reportagem diz ainda que o grupo foi acusado de comprar bois de 14 das 21 fazendas denunciadas por desmatamento ilegal pelo MPF no Pará. Bertin alega que as fazendas não estavam na "lista negra" de desmatamento, e o grupo não poderia rastrear a origem ilegal da carne. Pela recomendação do MPF, quem comprasse carne do Bertin poderia ser corresponsabilizado por crime ambiental. Assim, varejistas como Pão de Açúcar e Wal-Mart suspenderam temporariamente os negócios com o Bertin.
O escândalo culminou com a suspensão pelo International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial (Bird), de um empréstimo de US$ 90 milhões para a expansão supostamente sustentável do frigorífico na Amazônia. Com isso, o grupo teve de devolver ao Bird US$ 60 milhões. Embora o mercado tenha ligado o cancelamento às denúncias, o Bertin sustentou a versão de que foi consequência da crise global.
Leia a íntegra da reportagem no Globo Digital (somente para assinantes).

Nenhum comentário:

Postar um comentário