segunda-feira, 1 de março de 2010

Itália adota lei anticorrupção após escândalo que levou à renúncia de senador

da France Presse, em Roma (Itália)
O governo italiano adotou nesta segunda-feira um projeto de lei de combate à corrupção após a série de escândalos que levou à renúncia do senador de ultradireita do partido governista Nicola Di Girolamo, envolvido em ligações com uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro e fraude fiscal.
O projeto de lei foi aprovado pelo Conselho de Ministros e prevê um controle maior das administrações locais assim como o endurecimento das penas. Sobretudo, proíbe a eleição para o Parlamento de pessoas condenadas por corrupção.
A medida impede a candidatura por cinco anos de candidatos ao Parlamento que tenham sido condenados por corrupção.
O projeto, que contém 11 artigos, foi elaborado pelo Ministério da Justiça e do Interior com a colaboração da Procuradoria do Estado.
De acordo com dados divulgados em fevereiro pelo Tribunal de Contas, a corrupção na Itália aumentou 229% em 2009 e representa "uma patologia grave".
"Queremos que seja claro que roubar é algo grave e roubar a administração pública, ainda mais", afirmou o ministro da Justiça, Angelo Alfano, lembrando que o projeto de lei foi redigido a pedido do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que, por sua vez, está sendo investigado por corrupção.
Vários integrantes da maioria governista de centro-direita estão sendo investigados por desvio de dinheiro público e até mesmo Berlusconi está sendo processado por subornar a um advogado inglês para a abertura de contas bancárias em nome de sua holding, Fininvest, em paraísos fiscais.
O processo do primeiro-ministro foi adiado até 26 de março após uma série de complexas decisões judiciais.
Nesta segunda-feira, o senador de direita Nicola Di Girolamo apresentou a sua renúncia. Segundo acusações da Justiça, Di Girolamo foi eleito graças aos votos obtidos pela máfia calabresa na Alemanha como representante dos italianos que emigraram para esse país.

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