da Folha Online
O Arquivo Público de São Paulo recolheu os documentos secretos da ditadura que estavam esquecidos em uma sala no Palácio da Polícia, em Santos (SP). Os papéis pertenciam ao extinto Deops-SP (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) e foram retirados por 13 funcionários na última sexta-feira (26), mas a informação só foi divulgada hoje.
O arquivo secreto do Deops-SP foi revelado em reportagem publicada na Folha. Os documentos estavam abandonados em uma sala com cerca de 18 m2, trancada com cadeado, no segundo andar do Palácio da Polícia, atrás de dois elevadores.
Segundo nota divulgada hoje pelo Arquivo Público, na sala estava cerca de 300 pastas e 300 caixas-arquivos com documentos avulsos e prontuários.
"A documentação fora armazenada em armários de madeira, sujos e infestados de brocas, traças e principalmente cupins --ainda não foi confirmada a infestação por fungos", diz a nota.
Os documentos foram recolhidos após reunião realizada no mesmo dia para discutir o fato de os papéis estarem esquecidos em uma sala. Participaram da reunião o chefe da Polícia Civil em Santos, delegado Waldomiro Bueno Filho, e representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), do Arquivo Público e do Ministério Público Federal.
O Ministério Público abriu procedimento administrativo para investigar a responsabilidade pela eventual "irregular guarda" de documentos públicos.
O Deops foi extinto em 1983 e sua documentação deveria ter sido entregue ao Arquivo do Estado a partir de 1994, segundo uma resolução do então secretário da Cultura do governo paulista, Ricardo Ohtake, que criou as normas de consulta a esses papéis. Essa resolução determinava que os arquivos do Deops fossem abertos a consulta pública e que ficariam sob a guarda do Arquivo do Estado.
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