Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 23 de março de 2010

CASO BANCOOP - Blat comunica que não vai depor e chama Bancoop de 'organização criminosa'


Promotor havia sido convidado a depor na CPI da Ongs, no Senado.
Cooperativa é investigada por suspeita de desvio e doações ilegais.
Da Agência Estado

O promotor de Justiça José Carlos Blat não vai depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais (ONGs). O depoimento estava previsto para esta terça-feira (23).

Na véspera, ele enviou um ofício ao senador Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da comissão, comunicando que não poderia comparecer porque ainda realiza diligências sobre o caso e solicitando o adiamento do depoimento.

No ofício, Blat disse que a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) se tornou "verdadeira organização criminosa".

Segundo o promotor, entre 2001 e 2008 a Bancoop recebeu "uma série de recursos dos cooperados, fundos de pensão e empréstimos captados do Sindicato dos Bancários de São Paulo, sendo certo que muitos imóveis nem sequer foram entregues pelo evidente desvio para abastecer o caixa 2 de dirigentes e ex-dirigentes da cooperativa, bem como para fomentar campanhas políticas eleitorais do PT".

Blat afirma que vai realizar diligências nesta terça "visando ao atendimento de determinação judicial para análise do pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal de João Vaccari Neto e de outra dirigente da Bancoop" - a qual não nomeou. Vaccari, tesoureiro do PT, é o principal alvo do promotor.

Blat rechaça suspeitas do PT sobre interesse particular na apuração. Segundo ele, em 2005 a cooperativa chegou a endividamento de R$ 70 milhões. A Bancoop nega irregularidades. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Depoimento de Vaccari
A base do governo vai tentar desconvocar o tesoureiro do PT, que na segunda (22) solicitou o adiamento do depoimento, argumentando que seu advogado está fora do país.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a anulação justifica porque o objetivo da oposição ao convocar Vaccari é levar a disputa eleitoral para dentro do Poder Legislativo.

"O assunto Bancoop não tem nada a ver com CPI das ONGs. Se toda disputa regional ou embate eleitoral resolverem trazer para o Congresso, então vamos ter de criar uma comissão de embate eleitoral."

Como os governistas são maioria na comissão, Jucá promete reunir a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para rejeitar a convocação de Vaccari na sessão prevista para a tarde desta terça.

Outro lado
No início do mês, João Vaccari Neto divulgou uma nota em que afirma sempre ter agido com transparência e disponibilizado documentos para a promotoria. Diz que nunca foi alvo de processo civil ou criminal.

O advogado da Bancoop, Pedro Dallari, rebate as acusações. “São denúncias totalmente inconsistentes, tanto que até hoje não foi proposta nenhuma ação judicial pelo Ministério Público Criminal relativamente a este assunto.”

O presidente do Partido dos Trabalhadores, o ex-senador José Eduardo Dutra, também contestou as denúncias. "É uma acusação antiga, são acusações falaciosas, que já saíram na impresa e que voltam agora nesse ano eleitoral para atacar o PT."

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