quarta-feira, 3 de março de 2010

Alerj quer explicações do estado sobre desperdício milionário de remédios

Para deputado, há descontrole com verba pública e desrespeito aos pacientes do Rio

POR PÂMELA OLIVEIRA

Rio - O deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, pedirá explicações à Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil sobre o desperdício de medicamentos e produtos médico-hospitalares. Segundo relatório preliminar do Denasus, segundo O DIA noticiou, o estado perdeu, entre julho e novembro do ano passado, R$ 15,6 milhões em produtos. A secretaria diz que a perda teria sido de R$ 8,1 milhões em um ano.

“Não se pode ter esse descontrole com o dinheiro público. Não se pode deixar estragar remédio. Em nenhuma hipótese isso é tolerável”, afirma Freixo.
O deputado, que mandará ofício para a Secretaria Estadual de Saúde, disse que frequentemente é procurado por pacientes que não conseguem obter medicamentos que deveriam ser fornecidos pelo estado. “Isso fere o direito à saúde. Marcamos uma audiência pública para tratar da falta de medicamentos para portadores de esclerose múltipla no estado”, afirma.
A advogada Fátima Vieira da Silva, 56 , vive o drama na pele: a filha dela, de 28 anos, e o marido têm a doença. Ela conta que desde janeiro não recebe o Interferon beta 1 A do estado. A caixa custa R$ 9mil.
“Os funcionários da farmácia dizem que não tem previsão de compra. Minha filha está enfrentando uma crise devido à falta do remédio. Está com dificuldades de andar e pode ter sequelas definitivas. A situação é desesperadora. Queria poder gerir esse dinheiro para o estado. Nenhuma mãe passaria pelo que estou passando”.

Parlamentar quer a lista dos produtos
Presidente da Comissão de Saúde da Alerj, o deputado Atila Nunes ouviu ontem o superintendente de Logística e Suprimentos do Estado, Marcos Alves.

“Vou pedir oficialmente que o Denasus envie o relatório com a relação dos medicamentos que perderam a validade e confrontar com a relação do estado. Entre os dois valores alegados, a diferença é muito grande”, afirmou. O estado diz que parte da medicação e produtos perdidos voltou dos hospitais.

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