terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

DEM convoca marqueteiros e caciques para resgatar a sigla e evitar conexão entre o "caso Kassab" e o escândalo no DF


Alana Rizzo
Denise Rothenburg
Publicação: 23/02/2010 07:00
O Democratas vai trabalhar durante a semana para abortar as tentativas dos petistas de acoplar o episódio envolvendo o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ao escândalo que dizimou o partido no Distrito Federal e levou o governador José Roberto Arruda para a cadeia. Para descolar as duas historias, o DEM planeja promover um ato de solidariedade a Kassab na mesma reunião da Comissão Executiva Nacional que receberá amanhã o pedido de expulsão do governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio. “Temos que partir para o enfrentamento rapidamente porque existe uma tentativa de intimidação das oposições. Querer jogar Kassab e Arruda no mesmo barco é querer denegrir a nossa imagem”, diz o deputado Ronaldo Caiado.

A preocupação é tanta que a cúpula do partido convocou os marqueteiros para começarem o quanto antes um novo processo de resgate da sigla. Tudo de olho nas eleições de outubro. O maior temor é que esses dois episódios tenham reflexo direto nas urnas. Apesar da renovada em 2007, pouca coisa mudou no antigo PFL. O partido — que já foi o mais votado e sempre teve papel decisivo no governo — amargou 495 prefeituras e o governo do DF nas últimas eleições. Em 2000, o partido tinha conquistado 1.028 municípios. Para 2010, a fama de coadjuvante deve se manter. Em 20 dos 26 estados o DEM não deve ter candidato próprio ao governo.

“O partido precisa ter coragem para levantar a bandeira da ética como fez no episódio do mensalão, por exemplo. Não pode baixar a cabeça ou ficar amedrontado”, afirma o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto. O parlamentar acredita que o partido tem condições de recuperar sua imagem desde que consiga se diferenciar das demais legendas. “O DEM não passou a mão na cabeça. Cortou na própria carne”, diz, já ensaiando o discurso que será usado daqui para frente. “Não dá para criar um clima de crise nacional. Não dá e nem pode. São 27 unidades da Federação. Não podemos julgar o que um partido é por um problema em uma (unidade da Federação)”, defende ACM Neto.

Equívoco

O caso de Kassab, avalia o DEM, partiu do que seria um erro de interpretação do juiz Aloisio Sérgio Rezende Silveira, que tratou uma associação como sindicato. Os sindicatos não podem fazer doações eleitorais. Nada tem a ver com o escândalo do Governo do Distrito Federal, onde o ex-secretário de Relações Institucionais do GDF, Durval Barbosa, gravou em vídeo a distribuição de dinheiro a deputados distritais e uma entrega ao próprio governador Arruda, que terminou preso porque foi acusado de tentativa de suborno a uma testemunha. Arruda já estava fora do DEM quando foi preso.

“Não dá para misturar as duas coisas. Esse episódio do Kassab é pirotecnia. As análises das doações já foram feitas e aceitas dentro da lei. Mas o juiz resolveu, em cima dos fatos, dizer que não. Tanto é que Kassab já conseguiu resolver e agora será julgado”, comentou o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC).

“É um juiz querendo aparecer às custas do prefeito da maior cidade do Brasil. Não há irregularidades nas contas”, ataca ACM Neto. Para ele, essa crise é artificial e não vai colar no partido.

Um comentário:

  1. Também concordo plenamente com o ACM Neto.
    Não são alguns casos isolados que poderão deneglir a imagem dos Democratas.
    Se Kassab estiver errado, com certeza irá ser punido, assim como está sendo punido o Governador do Distrito Federal.
    Os eleitores não podem se esquecer que tem gente honesta no DEmocratas que lutam por nós.
    O Senador Demostenes é um exemplo.
    Ele sempre é a favor do CORRETO.
    Eu como eleitora não vou deixar me levar por mais esse fato.
    Errar todo mundo erra, e todos devem pagar pelo seus erros,independente de partido ou não.

    Abraços, Billa Paz

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