Usuários da droga ocupam área às margens da Av. Brasil, no caminho da Ilha e do aeroporto: até a polícia evita passar perto
O GLOBO
Usuários de crack ocupam o vão do viaduto Engenheiro Edno Machado, em Ramos, e consomem a droga sem ser importunados, às margens da Avenida Brasil
FERNANDO QUEVEDO / O GLOBO
RIO - Desde o fim de março do ano passado, 93 ações de recolhimento de usuários de crack foram promovidas pela Secretaria municipal de Assistência Social na cidade. No entanto, mesmo com a média de quase seis ações por mês, um local se mantém como porto seguro para quem consome a droga. Em Ramos, embaixo do Viaduto Engenheiro Edno Machado, próximo à Favela Parque União, os viciados se sentem invisíveis e fumam crack como se não estivessem às margens da Avenida Brasil, via mais importante da cidade.
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Polícia evita passar perto do reduto dos usuários
O viaduto liga a pista lateral da Avenida Brasil, no sentido Centro, à Ilha do Governador. Ele é um dos acessos ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, para quem vem da Zona Oeste e da região da Leopoldina. Durante o dia, moradores de rua e viciados consomem a droga de maneira mais contida sob o viaduto. Mas, quando caí a noite, o pudor é deixado de lado e grupos de usuários se reúnem. Sem serem importunados, fumam crack livremente.
Na madrugada de quarta-feira, uma equipe do GLOBO foi ao local e flagrou uma patrulha do Batalhão de Patrulhamento de Vias Especiais da Polícia Militar, que cobre a Avenida Brasil, trafegando pela pista lateral da via. Para não passar pelo ponto de consumo da droga, os policiais pegaram a pista central da avenida pela agulha antes do viaduto e retornaram para a pista lateral pela agulha seguinte, após o viaduto.
Em ponto próximo, assaltos a motoristas se repetem
Muitos usuários já foram recolhidos nessa região em diversas ações da secretaria. Nessas ocasiões, além de drogas, os agentes apreenderam, com apoio da polícia, diversas armas brancas e cachimbos. Essas armas, como facas, canivetes e até agulhas, eram utilizadas em pequenos assaltos, principalmente a motoristas. Há inclusive um ponto perto do viaduto em que casos desse tipo se repetem: na altura do semáforo da via de acesso à Avenida Brasil para quem vem da Ilha do Governador, diversos motoristas são roubados enquanto aguardam o sinal verde.
Além das ações de recolhimentos, outras medidas já foram tomadas — sem sucesso — para que os viciados na droga deixem o local. Na base do viaduto, que era de terra e grama, foram instaladas pedras pontiagudas de concreto para impedir que pessoas sentem ou deitem no chão. Contudo, os frequentadores do local cobrem a área com tapumes, compensados de madeira, espuma e colchões velhos. Alguns, de tão entorpecidos pelo efeito da droga, chegam a deitar em cima das pedras sem qualquer proteção.
Na manhã de ontem, foi realizada mais uma operação de combate ao crack no Jacarezinho e na comunidade do Pica-pau, na Zona Norte. Os agentes da secretaria fizeram o acolhimento de 66 pessoas, sendo três adolescentes. Apenas no Jacarezinho, já foram acolhidas 1.667 pessoas desde março de 2011, em 28 operações. Foi o segundo dia seguido de trabalho na comunidade. Anteontem, o foco dos agentes no Jacarezinho foi a Avenida Dom Hélder Câmara, onde foram encontradas 36 pessoas em situação de rua ou consumindo droga.
Desde 31 de março de 2011, já foram feitos 4.706 acolhimentos pela secretaria no Rio. Desse total, 4.043 são adultos e 663, crianças e adolescentes.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/viaduto-em-ramos-vira-endereco-do-crack-5591483#ixzz21izTQeSq
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