sexta-feira, 1 de junho de 2012

PIB BRASILEIRO - PIB do Governo Dilma cresce só 0,2% no primeiro trimestre, aponta IBGE Brasil fica em último entre os emergentes


Analistas previam expansão de 0,27% a 0,50% e prévia do BC indicava 0,15%

O GLOBO



RIO — O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou nesta sexta-feira que a economia brasileira começou o ano de 2012 em ritmo lento, quase estagnada. O Produto Interno Bruto (PIB,conjunto de bens e serviços produzidos no país) registrou expansão de 0,2% no primeiro trimestre deste ano frente os três últimos meses de 2011. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta ficou em 0,8%. Em valores correntes, atingiu R$ 1,03 trilhão.


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Analistas consultados pelo GLOBO projetavam crescimento entre 0,27% a 0,50% frente o período de outubro a dezembro. Já o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma prévia do PIB calculada pelo Banco Central, tinha apontado alta de 0,15% no trimestre em relação aos três meses anteriores.

Pela ótica da oferta, o maior destaque coube ao setor industrial. O segmento apresentou expansão de 1,7% em relação aos três últimos meses do ano passado. O setor de Serviços avançou 0,6% e Agropecuária recuou 7,3% na mesma base de comparação.

Rebeca explicou que a diferença entre os desempenhos negativos naprodução industrial nas pesquisas mensais do primeiro trimestre e no PIB se deve ao fato de que nesta última pesquisa, o valor agregado pelo setor à economia leva em conta também custos, além de ter uma ponderação diferente daquela da pesquisa industrial mensal.

Ela destacou que a queda nos investimentos nas duas comparações está relacionada à baixa na produção nacional de máquinas e equipamentos, como na indústria automotiva.

Na indústria, apenas extrativa mineral encolheu

Na análise da economia frente ao mesmo período do ano passado, a indústria subiu apenas 0,1% no primeiro trimestre. A indústria de transformação, que pesa quase metade de todo o setor, recuou 2,6%, com desempenho negativo do setor automotivo, de máquinas e equipamentos, metalurgia, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e artigos de vestuário. Em sentido contrário, apresentaram crescimento os eletrodomésticos (linha branca e marrom), beneficiados pela isenção de impostos, e cimento e minerais não-metálicos.

Consumo do governo tem maior alta desde 2º tri de 2011

Já pela ótica da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo, que sinaliza os investimentos, recuou 1,8%, enquanto o o consumo das famílias subiu 1% frente ao último trimestre de 2011. A taxa de investimentos atingiu 18,7% do (PIB), somente superior ao primeiro trimestre de 2009 (17%). A taxa de poupança correspondeu a 15,7% do PIB, a menor desde o primeiro trimestre de 2009, quando correspondeu a 14,4%. O consumo do governo registrou alta de 1,5%, apontando a maior taxa desde o segundo trimestre de 2011 (2,1%).

— Temos a continuidade da demanda interna puxando para cima, principalmente as despesas de consumo das famílias e as despesas do governo cresceram depois do primeiro ano do governo Dilma, quando houve conteção de gastos — afirma Rebeca de Palis, da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Apesar de ter tido crescimento menor do que o dos gastos do govenro, o consumo das famílias teve impacto maior para expansão do PIB, por causa seu peso na composição das contas nacionais.

- O consumo das famílias foi o componente que mais contribuiu para o crescimento do PIB, muto influenciado pelo crescimento da massa salarial real, pelo crédito, que apesar de ter desacelerado, continua crescendo e também às medidas do governo de incentivo ao consumo, como isenção de IPI para alguns segmentos. O que puxou para baixo foram os investimentos, na produção nacional, apesar de maquinas e equipamentos e construção terem crescido - afirmou Rebeca.

Dentro do segmento de Serviços, o único setor a registrar taxa negativa foi o de intermediação financeira, segmento que corresponde a 11% do setor e 7,4% do PIB, e teve recuo de 0,8%. Atividades imobiliarias e de aluguel ficaram praticamente estáveis, com alta de apenas 0,1%.

Brasil fica em último entre os emergentes

Com a divulgação do PIB no primeiro trimestre deste ano, o crescimento do Brasil aparece na quinta e última posição entre os emergentes. Em primeiro lugar está a China, que registrou alta de 8,1% nos três primeiros meses do ano frente ao mesmo período do ano passado, seguida pela Índia (5,3%), Rússia (4,9%), África do Sul (2,1%) e Brasil (0,8%).

Revisão nas taxas de crescimento de 2011

O IBGE divulgou revisões na evolução do PIB no ano passado. No quarto trimestre de 2011, a taxa de expansão mudou de 0,3%, calculada anteriormente, para 0,2% na nova estimativa, em comparação ao trimestre anterior. No terceiro trimestre, foi mantida queda de 0,1% na mesma base de comparação. O segundo trimestre de 2011 manteve a taxa de 0,5%. Já no primeiro trimestre de 2011, a taxa de expansão mudou de uma alta de 0,6% para crescimento de 0,9%.




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