Eduardo mostra as contas da casa da avó: valores altos e baixos sem mudança de consumo
Foto: Alexandre Durão
Por Fabiana Paiva
A escuridão na casa da aposentada Laura Vieira de Souza, de 84 anos, é quebrada pelas luzes do abajur e da televisão. No número 1.682 da Rua Marechal Antônio Sousa, no Jardim América, os outros dois únicos aparelhos que consomem energia elétrica são a geladeira e a máquina de lavar, ligada uma vez na semana. Mas a conta que era de R$ 45,41 chegou a R$ 184, após a instalação do medidor com chip da Light. No mês passado, após a implantação de um aparelho comparativo de consumo do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-RJ), o valor caiu para R$ 69,85. Ainda assim, 54% maior do que antes.
— Minha avó mora sozinha e fica acamada. A conta disparou e, depois do medidor do Ipem, baixou. Mas nada justifica a variação, porque o hábito de consumo foi o de sempre. Vir R$ 70 ainda é muito. Tem algum problema. Talvez seja o sol que bate na caixa ou algo ligado ao tempo — cogita o neto Eduardo Vieira, de 43 anos.
Segundo o Ipem-RJ, os primeiros testes comparativos com medidores da Light não identificaram divergências de consumo. Dezoito famílias do Jardim América foram monitoradas por 45 dias.
— Os medidores não apresentaram erro, mas vamos continuar acompanhando — disse Soraya Santos, presidente do Ipem-RJ.
A Light afirmou que os casos de clientes apresentados pelo EXTRA serão analisados individualmente. Explicou ainda que o medidor eletrônico, homologado pelo Inmetro, fica armazenado no alto de um poste e protegidos por uma caixa — ou seja — livre de ações do tempo.
‘Eu me privo das coisas e a conta só aumenta’
“A Minha conta vinha R$ 241 e subiu para R$ 300, quando esse novo medidor foi instalado. Desde então, nunca mais liguei o ventilador e desligo o freezer por três horas a cada dia. Apesar das medidas de economia, mesmo durante o verão, o valor só aumenta a cada mês, e a última conta de luz foi de R$ 382. Como pode? Eu me privo das coisas e a conta só aumenta! Podiam colocar o relógio antigo para comparar com esse de chip” - sugere a comerciante Neudair Silva de Souza, de 61 anos.
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