Desordem e sujeira já são rotina nas barcas
Em viagens nas embarcações do trajeto Rio-Niterói, Repórter X constatou sujeira, baratas, mobiliário quebrado, coletes salva-vidas jogados no chão e pessoas sentadas nas escadas
Jornal O Dia
Rio - Não são poucos os problemas que a empresa CCR, futura administradora das barcas, vai enfrentar. O Repórter X fez ontem quatro viagens nas embarcações que fazem o trajeto entre Rio e Niterói e flagrou bancos quebrados, sujeira, coletes jogados no corredor e pessoas sentadas nas escadas. Usuários contam que a desordem já virou rotina e consideram a tarifa de R$ 4,50 cara para o serviço precário.
Às 15h10, ao entrar na embarcação Gávea I, um susto: há um buraco na parede. Andando mais dez passos, o Repórter X se depara com uma barata ao lado do cesto de lixo. Num rápido passeio pelo primeiro piso da barca, avista poltronas furadas e com apoios laterais quebrados. Coletes salva-vidas jogados no chão estão misturados com papéis, latas de cerveja e até cotonete sujo.
Na barca Gávea I, falta apoio pega-mão para passageiros em pé. Colete salva-vida é visto no chão | Foto: Agência O Dia
A sujeira foi uma constante nas outras viagens, feitas nas embarcações Urca III e Ingá II. Mesmo com cartaz sobre o corrimão alertando para o perigo de sentar na escada, passageiros ocupavam o local sem serem repreendidos por funcionário da Barcas S/A.
Segundo o bancário Thiago de Almeida, 27 anos, a situação precária do transporte não o choca mais. “É sempre assim. E à noite, quando as barcas antigas começam a operar, piora. Além de sujeira e bancos quebrados, quando chove, tem goteira”, contou o carioca, que usa a barca todo dia para estudar em Niterói.
As longas filas também são motivo de queixa. “Já fiquei 40 minutos, às 7h, na Estação Araribóia”, contou a assistente administrativa, Priscila Carvalho, 29 anos.
Concessionária minimiza queixa
Mesmo com os flagrantes, a empresa Barcas S/A afirma que as embarcações estão em perfeitas condições de funcionamento e higiene. Ressalta que os serviços de manutenção e limpeza são regularmente feitos e que a dedetização é mensal.
Segundo a empresa, os tripulantes são instruídos a pedir que usuários não sentem nas escadas e são feitas campanhas educativas contra maus hábitos. A CCR não quis se pronunciar já que a compra da Barcas S/A ainda não foi concluída.
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