quinta-feira, 22 de março de 2012

DENGUE NO RIO - Morte após erro de diagnóstico e negligência podem ter custado a vida de paciente


Morte após erros em hospitais
Mulher com dengue teve duas altas em unidade municipal e falso diagnóstico em particular

POR Clarissa Mello


Rio - Uma sucessão de erros médicos e negligência podem ter custado a vida de Ana Regina Puglia Burity, 49 anos, segundo sua família. Ela foi a primeira vítima da dengue tipo 4 no Brasil e morreu no hospital particular Pasteur, no Méier, dia. Segundo parentes de Ana, ela recebeu alta duas vezes do Hospital Municipal da Piedade, onde procurou atendimento primeiro.

Depois, já na unidade privada, recebeu diagnóstico errado: os médicos disseram que ela teria cálculo na vesícula, e não dengue. Ana Regina era chefe de Enfermagem do Setor Cirúrgico do Hospital Municipal da Piedade, onde trabalhou por 26 anos. Ela começou a se sentir mal dia 26 de fevereiro e foi internada dia 27. Após ser submetida a exames, recebeu diagnóstico de dengue e permaneceu internada lá até 1º de março.

Foto: Arte O Dia

“Foi quando deram alta para Ana, dizendo que deveria voltar no dia seguinte”, contou um parente que pediu para não ser identificado. Ao contrário do que foi informado pela Secretaria Municipal de Saúde terça-feira, Ana Regina voltou ao Hospital da Piedade no dia 2 de manhã. Segundo o parente, o estado de saúde era ainda pior: ela tinha muitas dores abdominais — sinal de agravamento da dengue. Mesmo assim, só fez exames e foi mais uma vez liberada.

“Foi quando ela decidiu ir ao Pasteur, no mesmo dia, à tarde. Ela levou o encaminhamento do outro hospital dizendo que tinha dengue. Mas os médicos ignoraram. Fizeram exames, suspenderam a alimentação, não deram hidratação como deveriam e disseram que ela não tinha dengue, e sim cálculo na vesícula”, disse o familiar.

A família contestou a opinião dos médicos, mas, mesmo assim, uma cirurgia para retirada de vesícula foi marcada para meio-dia do dia 4. Ana Regina morreu antes. “Os hospitais não estão preparados para lidar com a dengue”, lamentou o parente.


Fonte O Dia    

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