sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

PROJETO SUMIU - Projeto de prédio que desabou não é encontrado nos arquivos da prefeitura

Para especialistas, projeto estrutural pode determinar causas da tragédia.
Desabamento de prédios na Rua Treze de Maio deixou ao menos 17 mortos.
Do RJTV



Uma comissão de engenheiros especializados em estruturas, do Clube de Engenharia do Rio, afirmou que o projeto estrutural do Edifício Liberdade, um dos três prédios que desabaram no Centro do Rio, no dia 25 de janeiro, pode ser determinante para desvendar as causas do acidente. O laudo oficial que vai determinar a causa do desabamento ainda não foi divulgado, já que segundo o Clube de Engenharia, ele só poderá ser feito com o projeto estrutural do Edifício Liberdade. Mas esse projeto não está sendo encontrado nos arquivos da Prefeitura do Rio.
Em reunião na Câmara dos Vereadores, um grupo de engenheiros do Clube de Engenharia apresentou três projetos de lei para evitar desastres como o ocorrido no Centro da cidade.
Eles propuseram a criação de um banco de dados digital para abrigar as plantas de arquitetura, estrutura e instalação dos prédios; a obrigatoriedade da autovistoria, que seria feita a cada cinco anos por um engenheiro contratado; e a necessidade de licenciamento na prefeitura para obras internas que possam afetar a estrutura dos prédios.
A Secretaria de Urbanismo ainda não confirmou a informação de que o projeto de estrutura do prédio desapareceu dos arquivos. Já de acordo com a Defesa Civil, o Edifício Capital, prédio vizinho ao desabamento, só poderá ser liberado após o fim das obras que são feitas pelo próprio condomínio com a supervisão da Secretaria de Urbanismo. E a Secretaria disse que depende do cronograma de obras elaborado pela empresa responsável.~

17 vítimas identificadas
Na quarta-feira (8), a 17ª vítima do desabamento foi identificada. De acordo com a Polícia Civil, o corpo de Omar Mussi foi identificado por exames de DNA.
Desde o dia 25 de janeiro, quando os três prédios ruíram na Rua Treze de Mario, bombeiros resgataram 17 corpos. Mais cinco pessoas, de acordo com a Defesa Civil, estariam desaparecidas.

Especialista em tecnologia, Omar Mussi dava aula para um grupo de alunos em um curso avançado de TI no momento em que ocorreu o desabamento do Edifício Liberdade.  

Engenheiro é ouvido pelo Crea sobre obra em prédio que desabou
Na quarta-feira (8), c Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) ouviu o engenheiro Paulo Sérgio Cunha Brasil, que emitiu uma explicação técnica sobre as obras da empresa T.O, que ficava no Edifício Liberdade, um dos três prédios que desabaram no Centro do Rio.
Paulo Sérgio argumentou que foi contratado pela T.O apenas para apresentar uma explicação técnica sobre o peso do entulho depositado no terceiro andar, que passava por obras. O documento foi solicitado pelo síndico do edifício. O engenheiro relatou que visitou o terceiro andar edifício, em novembro, apenas uma vez, e em seguida emitiu a explicação.
Paulo Sérgio contou que viu apenas três sacos de cimento, o que representa 150 quilos, em todo o andar. De acordo com o engenheiro, a norma diz que cada metro quadrado pode suportar até 150 quilos.
No entanto, para o Crea-RJ, o engenheiro pode ser penalizado com o pagamento de multa, já que ele deveria ter assinado a responsabilidade técnica da obra, quando vistoriou o terceiro andar da construção.
Para Luis Cossenza, integrante da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (Capa) do Crea-RJ, o engenheiro Paulo Sérgio emitiu um laudo, e não apenas uma explicação técnica.
O Crea-RJ informou que já convocou o síndico do Edifício Liberdade para prestar mais esclarecimentos sobre as obras realizadas no prédio.
Raio-x do Edifício Liberdade (Foto: Arte/G1)


 
   

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