quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MÁFIA DOS TÁXIS PIRATAS II - Taxistas têm ficha extensa na delegacia

Dupla que atacou gays no Galeão integra esquema ilegal e tem sete passagens pela polícia
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POR Gabriela Moreira
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Rio - Os dois presos no Aeroporto Internacional do Galeão após agredirem casal homossexual que recusou entrar em táxi pirata oferecido pela dupla fazem parte de esquema muito maior de ‘jóqueis’ — como são chamados quem busca passageiros para taxistas ilegais. Investigação da Polícia Civil identificou que pelo menos 10 pessoas participam do grupo. Juntos, os presos têm sete passagens pela polícia, a maioria por ameaça.
Responsável pelas investigações, o delegado Ricardo Codeceira, da Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, afirmou que Marcos Ribeiro da Silva, o Cocoroca, 41, e Rodrigo Alves da Silva, o Socinho, 30, entre outros, servem a motoristas de carros particulares que atuam ilegalmente como taxistas nos dois terminais do aeroporto Tom Jobim.

Assédio dos taxistas assusta quem desembarca no Aeroporto Internacional do Rio | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Assédio dos taxistas assusta quem desembarca no Aeroporto Internacional do Rio | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia

“Os motoristas ficam no estacionamento enquanto aguardam o trabalho dos ‘jóqueis’. Eles agem contra as relações de consumo, lesando o consumidor. Estamos analisando a prática de quadrilha”.
Uma das vítimas dos ‘jóqueis’ na segunda-feira teve alta nesta terça-feira. Cristiano Damasceno, 40, sofreu ferimentos no rosto e estava em observação. Seu companheiro, Dario Amorim, 48, e um sobrinho também foram vítimas.
Nesta terça-feira, ao desembarcar no Galeão, a brasiliense Natália Cabral, 30, se disse assustada com o assédio dos taxistas no Rio de Janeiro.
“Dessa forma, não vi em nenhum aeroporto do Brasil”. Geralmente, não chego a perder a paciência, mas é inconveniente”, desabafou Natália.
O paulista Alexandre Lopes, 38, tem a mesma opinião: “Venho ao Rio com frequência e não caio nessa, mas me sinto bastante incomodado”.

Casos de ameaça e injúria no histórico
A agressão ao casal homossexual não é a única mancha no histórico de Cocoroca e Docinho. Eles têm ficha extensa de problemas nos desembarques do Aeroporto Internacional. Só lá, os dois somam sete passagens pela polícia.
Há sete anos, Cocoroca teve o seu primeiro entrevero no desembarque. Segundo registro, vigilante que fazia a segurança privada do aeroporto pediu para que ele saísse da área e foi ameaçado. Ano passado, numa outra discussão com vigilante que o repreendeu por assediar passageiros que embarcariam num ônibus, chegou a dizer: “Tem de queimar os carros, com passageiro e tudo”.
A maioria dos registros são por ameaça, mas há também casos de injúria, difamação e lesão. Numa delas, o Ministério Público irá pedir a condenação dos dois, com o pagamento de cestas básicas ou serviços à comunidade.

Prefeitura pode abrir processos e cassar permissões
Há menos de um mês, a Infraero e a CET-Rio iniciaram a fiscalização eletrônica do serviço de táxi no desembarque do Terminal 1 para impedir o acesso de taxistas não credenciados. A Secretaria Municipal de Transportes informou que ‘caso seja constatada a participação de taxistas legalizados nesse triste episódio, serão abertos processos administrativos que podem resultar na cassação das permissões’.
Em 2010, nove taxistas tiveram suas licenças cassadas após serem acusados de agressão ao também taxista Kleber Luis da Rosa, 31 anos, ocorrida na porta do Aeroporto. Kleber deixou um passageiro no aeroporto e, ao tentar embarcar outro cliente, foi brutalmente agredido com socos e pontapés por outros taxistas.

        Fonte O Dia

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