Previsão é fruto de fatores como alto número de criadouros e aumento da circulação do vírus tipo 4
Lígia Formenti
Divulgação
Aedes Aegypti, o mosquito transmissor do vírus
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira, 13, que o Rio de Janeiro corre o risco de ter a maior epidemia de dengue de sua história neste verão. A previsão é fruto da associação de três fatores: 1) o alto número de criadouros do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti; 2) o aumento da circulação do vírus tipo 4 - que a maior parte da população não teve contato e, portanto, está suscetível ao contágio; 3) e parcela significativa ainda de moradores que também é vulnerável aos tipos 1 e 2 da doença, que circula na cidade.
Nas primeiras seis semanas deste ano, o número de casos da doença registrado no País caiu 62% comparado com igual período do ano passado. Foram 40.486 ante 106.373 de 2011. Houve ainda redução do número de casos graves e de mortes: 183 e 32, respectivamente. Apesar do resultado, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, adverte que há muito a ser feito. "A batalha não está ganha. Estamos no início do ano e o pico da doença é entre abril e maio", disse. A queda é em parte atribuída às condições climáticas. Neste primeiros meses, a chuva foi intensa em várias partes do País e a temperatura, mais baixa. As chuvas torrenciais prejudicam a proliferação do Aedes aegypti, pois elas acabam provocando uma espécie de "lavagem" nos criadouros.
Atualmente, os Estados de Tocantins e Pernambuco já enfrentam surto da doença. Em Recife, foram registrados 890 casos nas primeiras seis semanas. No mesmo período de 2011, foram 65. Em Palmas, até agora foram contabilizados 1.403 casos ante 312 em 2011.
Um dos pontos que preocupa o ministério é o alto número de cidades classificadas como com de alto risco para doença. Levantamento de Infestação do Aedes Aegypti mostra que 66% das 536 cidades analisadas têm alto índice de infestação da doença. A análise mostra que 91 estão em situação de risco e 265, em situação de alerta. Em dezembro, levantamento semelhante mostrou número bem menor: 48 cidades. Padilha afirma não ser possível comparar os dois levantamentos, porque nesta época do ano, as condições para proliferação do mosquito são mais favoráveis.
As expectativas do ministério em relação à doença são sombrias desde o ano passado. No fim de 2011, a pasta já alertava que a transmissão da doença em 2012 poderia ser alta. Uma das preocupações, que agora se concretiza, é a expansão da circulação do vírus Dengue 4. Das amostras analisadas pelo ministério, 50% são deste sorotipo.
Os números até agora mostram que 75% dos casos estão concentrados em 10 estados: Rio, Minas, Pernambuco, Tocantins, Pará, Bahia, Goiás, São Paulo, Ceará e Espírito Santo.
Fonte Estadão
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Aedes Aegypti, o mosquito transmissor do vírus
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira, 13, que o Rio de Janeiro corre o risco de ter a maior epidemia de dengue de sua história neste verão. A previsão é fruto da associação de três fatores: 1) o alto número de criadouros do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti; 2) o aumento da circulação do vírus tipo 4 - que a maior parte da população não teve contato e, portanto, está suscetível ao contágio; 3) e parcela significativa ainda de moradores que também é vulnerável aos tipos 1 e 2 da doença, que circula na cidade.
Nas primeiras seis semanas deste ano, o número de casos da doença registrado no País caiu 62% comparado com igual período do ano passado. Foram 40.486 ante 106.373 de 2011. Houve ainda redução do número de casos graves e de mortes: 183 e 32, respectivamente. Apesar do resultado, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, adverte que há muito a ser feito. "A batalha não está ganha. Estamos no início do ano e o pico da doença é entre abril e maio", disse. A queda é em parte atribuída às condições climáticas. Neste primeiros meses, a chuva foi intensa em várias partes do País e a temperatura, mais baixa. As chuvas torrenciais prejudicam a proliferação do Aedes aegypti, pois elas acabam provocando uma espécie de "lavagem" nos criadouros.
Atualmente, os Estados de Tocantins e Pernambuco já enfrentam surto da doença. Em Recife, foram registrados 890 casos nas primeiras seis semanas. No mesmo período de 2011, foram 65. Em Palmas, até agora foram contabilizados 1.403 casos ante 312 em 2011.
Um dos pontos que preocupa o ministério é o alto número de cidades classificadas como com de alto risco para doença. Levantamento de Infestação do Aedes Aegypti mostra que 66% das 536 cidades analisadas têm alto índice de infestação da doença. A análise mostra que 91 estão em situação de risco e 265, em situação de alerta. Em dezembro, levantamento semelhante mostrou número bem menor: 48 cidades. Padilha afirma não ser possível comparar os dois levantamentos, porque nesta época do ano, as condições para proliferação do mosquito são mais favoráveis.
As expectativas do ministério em relação à doença são sombrias desde o ano passado. No fim de 2011, a pasta já alertava que a transmissão da doença em 2012 poderia ser alta. Uma das preocupações, que agora se concretiza, é a expansão da circulação do vírus Dengue 4. Das amostras analisadas pelo ministério, 50% são deste sorotipo.
Os números até agora mostram que 75% dos casos estão concentrados em 10 estados: Rio, Minas, Pernambuco, Tocantins, Pará, Bahia, Goiás, São Paulo, Ceará e Espírito Santo.
Fonte Estadão
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