Paes admite caos e promete rever esquema de trânsito
Prefeito fez uma avaliação negativa do primeiro dia útil da interdição na Primeiro de Março
Isabela Bastos
Ludmilla de Lima
Rafaela Santos
Fernanda Baldioti
Extra
Trânsito caótico: motoqueiros preferem caminhar, no Elevado da Perimetral, tentando escapar do engarrafamento no Centro
Prefeito fez uma avaliação negativa do primeiro dia útil da interdição na Primeiro de Março
Isabela Bastos
Ludmilla de Lima
Rafaela Santos
Fernanda Baldioti
Extra
Trânsito caótico: motoqueiros preferem caminhar, no Elevado da Perimetral, tentando escapar do engarrafamento no Centro
Marcos Tristão / O Globo
RIO - Depois de três dias de feriadão, a segunda-feira foi um triste choque de realidade para o carioca, que enfrentou o caos na chegada ao trabalho. A interdição pela prefeitura de parte da Rua Primeiro de Março, para as obras do Porto Maravilha, deu um nó no trânsito, com reflexos no Aterro do Flamengo, na Ponte Rio-Niterói e no Elevado da Perimetral. O prefeito Eduardo Paes fez uma avaliação negativa do primeiro dia útil da interdição — que começou no sábado — e prometeu reforço no esquema especial para orientar motoristas. Segundo ele, a prefeitura esperava transtornos, mas não com essa magnitude.
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— Essa interdição não era mais complicada do que as outras que já fizemos. Nesse caso não se aplica a história de quebrar os ovos para fazer um omelete. O problema foi de operação mesmo — disse Paes.
Com a pista do viaduto (sentido Zona Sul) praticamente parada durante toda a manhã, a impaciência tomou conta de passageiros de ônibus, que abandonaram os coletivos e seguiram a pé sob sol forte. Ruas da Lapa e arredores ficaram lotadas de carros, e motoristas tentaram fugir dos congestionamentos por Santa Teresa. Como se não bastasse, quem tentou chegar ao Centro de metrô ou de trem enfrentou interrupções e panes nesses serviços.
Operação começará de madrugada
Para tentar amenizar os congestionamentos, a CET-Rio aumentou, ainda na tarde de segunda-feira, de 30 para 40 o número de operadores de trânsito no local da interdição. Além disso, agentes farão plantão, a partir da madrugada desta terça, para evitar que carros e caminhões estacionem em áreas proibidas. Na segunda-feira, segundo a presidente da CET-Rio, Claudia Secin, uma carreta e duas caçambas deixadas na rua atrapalharam a fluidez do tráfego. Ela atribuiu o caos ainda à falta de informação dos motoristas e à volta do feriadão:
— Muita gente voltou do feriado hoje (segunda-feira) e vimos motoristas confusos, parando para pedir informações. Isso ajudou a formar uma onda de choque que, ao chegar ao Trevo dos Estudantes (na Avenida Beira-Mar), travou o trânsito de quem vinha da Perimetral para o Centro e a Zona Sul. Acreditamos que, com os ajustes na operação e os motoristas se habituando às mudanças, a situação vá melhorar ao longo da semana.
Por volta das 9h, o engarrafamento na Ponte (sentido Rio) começava antes da grande curva e prosseguia pelos elevados do Gasômetro e da Perimetral e pela rampa de descida para a Zona Portuária. Os engarrafamentos mobilizaram internautas nas redes sociais, e a Perimetral acabou figurando em quarto lugar entre os dez assuntos mais citados no Twitter no Rio. Na Perimetral, passageiros desceram do elevado pelo acesso próximo à Candelária, numa romaria sob sol escaldante. O vendedor Celso Freitas suava a camisa para chegar ao trabalho, na Avenida Rio Branco. Morador de São Gonçalo, de onde saiu às 8h30m, ele lamentou não ter usado as barcas para chegar ao Rio, apesar dos recorrentes problemas no sistema aquaviário. Às 11h, ele ainda estava na Perimetral.
— Essas obras estão dando um nó na cidade. E ainda vou chegar suado ao trabalho — disse o vendedor, na Candelária, depois de meia hora de caminhada.
Até quem estava na contramão do rush matinal, precisando sair do Centro em direção à Zona Norte ou a Niterói precisou ter paciência. Como 27 linhas de ônibus municipais e intermunicipais tiveram sua rota modificada pelas interdições, e os ônibus ficaram presos no engarrafamento, a viagem se tornou mais longa. Muitos motoristas reclamaram ainda terem sido surpreendidos.
— O trânsito está todo parado desde o Aterro. Eu tinha que passar pela Rua Dom Gerardo. Mas o caminho foi fechado. Vou ter que perguntar o que fazer a algum guarda — comentou a motorista Carla Dondeo.
Os transtornos foram sentidos também no Aeroporto Santos Dumont, onde passageiros enfrentaram uma longa fila para pegar táxis. Com os veículos presos nos engarrafamentos, a oferta era escassa.
A interdição na Primeiro de Março é a terceira grande modificação no trânsito do Centro e da Zona Portuária desde outubro. Ela chegou a ser anunciada para novembro pela prefeitura, mas foi adiada para janeiro para coincidir com as férias escolares. O fechamento de parte da rua visa a permitir a perfuração de um túnel sob o Morro de São Bento, que fará parte da Avenida Binário. Quando for reaberta em dezembro, a Primeiro de Março passará a funcionar como rampa de acesso ao novo túnel e à nova avenida.
No metrô, passageiros também enfrentaram transtornos ontem de manhã, devido a duas panes no sistema. As estações General Osório, Cantagalo, Siqueira Campos e Cardeal Arcoverde ficaram fechadas por meia hora. Segundo a concessionária Metrô Rio, a paralisação foi necessária por questões de segurança, após uma falha na sinalização automática. A interrupção causou reflexos nos demais trechos, e os trens ficaram parados na linha por 20 minutos. Mais cedo, por volta de 8h40m, os usuários já tinham enfrentado problemas no metrô. Uma falha no fechamento de uma das portas de uma composição que ia para a Pavuna fez com que passageiros tivessem que desembarcar na estação Glória.
O advogado Luís Pacheco, que trabalha na Cinelândia, chegou mais de trinta minutos atrasado ao escritório. O trem ficou parado cerca de trinta minutos entre as estações Carioca e Uruguaiana, no Centro.
— A única coisa que informaram aos passageiros foi que o metrô estava parado, aguardando liberação — contou Pacheco.
No metrô, suplício até a Cinelândia
Já o analista de sistemas Daniel Serrano pegou o metrô às 8h, na Pavuna, e só conseguiu chegar à Cinelândia às 11h30, ou seja, três horas e meia depois. Segundo ele, a viagem, em condições normais, levaria cerca de 40 minutos. Serrano conta que o metrô parou várias vezes no trajeto, sem que os passageiros soubessem o que estava ocorrendo.
— Peguei um metrô sem ar-condicionado e tive que descer duas vezes, no Maracanã e em Del Castilho, para tomar ar e, assim, tentar continuar a viagem — disse o analista.
A concessionária Metrô Rio disse que às 11h50m todos os problemas tinham sido resolvidos e os intervalos, normalizados. A Agência Reguladora de Transportes (Agetransp), que fiscaliza o metrô, informou que instaurou processos e enviou fiscais para apurar os motivos dos incidentes.
Na SuperVia, a manhã também foi marcada por transtornos. Durante uma vistoria numa composição do ramal de Santa Cruz, os passageiros tiveram que trocar de trem por duas vezes. Segundo a concessionária, a fiscalização é rotineira, para que sejam feitos ajustes técnicos e mecânicos. A empresa informou ainda que o trem não precisou ser retirado de circulação e logo voltou a operar.
Ainda de acordo com a concessionária, os passageiros foram retirados para que não ficassem esperando o fim da manutenção. A SuperVia informou também que os usuários, quando são obrigados a trocar de trem, aguardam na mesma plataforma a composição substituta. A vistoria não teria provocado atrasos significativos no ramal.
Fonte O GLobo http://oglobo.globo.com/transito/paes-admite-caos-promete-rever-esquema-de-transito-3747030#ixzz1kMbTXGcB
RIO - Depois de três dias de feriadão, a segunda-feira foi um triste choque de realidade para o carioca, que enfrentou o caos na chegada ao trabalho. A interdição pela prefeitura de parte da Rua Primeiro de Março, para as obras do Porto Maravilha, deu um nó no trânsito, com reflexos no Aterro do Flamengo, na Ponte Rio-Niterói e no Elevado da Perimetral. O prefeito Eduardo Paes fez uma avaliação negativa do primeiro dia útil da interdição — que começou no sábado — e prometeu reforço no esquema especial para orientar motoristas. Segundo ele, a prefeitura esperava transtornos, mas não com essa magnitude.
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Obras na Zona Portuária complicam a vida de passageiros e motoristas
Confira as condições do trânsito no Rio nesta segunda-feira
Dois problemas causam intervalos irregulares nas linhas do metrô
Reurbanização da Zona Portuária
— Essa interdição não era mais complicada do que as outras que já fizemos. Nesse caso não se aplica a história de quebrar os ovos para fazer um omelete. O problema foi de operação mesmo — disse Paes.
Com a pista do viaduto (sentido Zona Sul) praticamente parada durante toda a manhã, a impaciência tomou conta de passageiros de ônibus, que abandonaram os coletivos e seguiram a pé sob sol forte. Ruas da Lapa e arredores ficaram lotadas de carros, e motoristas tentaram fugir dos congestionamentos por Santa Teresa. Como se não bastasse, quem tentou chegar ao Centro de metrô ou de trem enfrentou interrupções e panes nesses serviços.
Operação começará de madrugada
Para tentar amenizar os congestionamentos, a CET-Rio aumentou, ainda na tarde de segunda-feira, de 30 para 40 o número de operadores de trânsito no local da interdição. Além disso, agentes farão plantão, a partir da madrugada desta terça, para evitar que carros e caminhões estacionem em áreas proibidas. Na segunda-feira, segundo a presidente da CET-Rio, Claudia Secin, uma carreta e duas caçambas deixadas na rua atrapalharam a fluidez do tráfego. Ela atribuiu o caos ainda à falta de informação dos motoristas e à volta do feriadão:
— Muita gente voltou do feriado hoje (segunda-feira) e vimos motoristas confusos, parando para pedir informações. Isso ajudou a formar uma onda de choque que, ao chegar ao Trevo dos Estudantes (na Avenida Beira-Mar), travou o trânsito de quem vinha da Perimetral para o Centro e a Zona Sul. Acreditamos que, com os ajustes na operação e os motoristas se habituando às mudanças, a situação vá melhorar ao longo da semana.
Por volta das 9h, o engarrafamento na Ponte (sentido Rio) começava antes da grande curva e prosseguia pelos elevados do Gasômetro e da Perimetral e pela rampa de descida para a Zona Portuária. Os engarrafamentos mobilizaram internautas nas redes sociais, e a Perimetral acabou figurando em quarto lugar entre os dez assuntos mais citados no Twitter no Rio. Na Perimetral, passageiros desceram do elevado pelo acesso próximo à Candelária, numa romaria sob sol escaldante. O vendedor Celso Freitas suava a camisa para chegar ao trabalho, na Avenida Rio Branco. Morador de São Gonçalo, de onde saiu às 8h30m, ele lamentou não ter usado as barcas para chegar ao Rio, apesar dos recorrentes problemas no sistema aquaviário. Às 11h, ele ainda estava na Perimetral.
— Essas obras estão dando um nó na cidade. E ainda vou chegar suado ao trabalho — disse o vendedor, na Candelária, depois de meia hora de caminhada.
Até quem estava na contramão do rush matinal, precisando sair do Centro em direção à Zona Norte ou a Niterói precisou ter paciência. Como 27 linhas de ônibus municipais e intermunicipais tiveram sua rota modificada pelas interdições, e os ônibus ficaram presos no engarrafamento, a viagem se tornou mais longa. Muitos motoristas reclamaram ainda terem sido surpreendidos.
— O trânsito está todo parado desde o Aterro. Eu tinha que passar pela Rua Dom Gerardo. Mas o caminho foi fechado. Vou ter que perguntar o que fazer a algum guarda — comentou a motorista Carla Dondeo.
Os transtornos foram sentidos também no Aeroporto Santos Dumont, onde passageiros enfrentaram uma longa fila para pegar táxis. Com os veículos presos nos engarrafamentos, a oferta era escassa.
A interdição na Primeiro de Março é a terceira grande modificação no trânsito do Centro e da Zona Portuária desde outubro. Ela chegou a ser anunciada para novembro pela prefeitura, mas foi adiada para janeiro para coincidir com as férias escolares. O fechamento de parte da rua visa a permitir a perfuração de um túnel sob o Morro de São Bento, que fará parte da Avenida Binário. Quando for reaberta em dezembro, a Primeiro de Março passará a funcionar como rampa de acesso ao novo túnel e à nova avenida.
No metrô, passageiros também enfrentaram transtornos ontem de manhã, devido a duas panes no sistema. As estações General Osório, Cantagalo, Siqueira Campos e Cardeal Arcoverde ficaram fechadas por meia hora. Segundo a concessionária Metrô Rio, a paralisação foi necessária por questões de segurança, após uma falha na sinalização automática. A interrupção causou reflexos nos demais trechos, e os trens ficaram parados na linha por 20 minutos. Mais cedo, por volta de 8h40m, os usuários já tinham enfrentado problemas no metrô. Uma falha no fechamento de uma das portas de uma composição que ia para a Pavuna fez com que passageiros tivessem que desembarcar na estação Glória.
O advogado Luís Pacheco, que trabalha na Cinelândia, chegou mais de trinta minutos atrasado ao escritório. O trem ficou parado cerca de trinta minutos entre as estações Carioca e Uruguaiana, no Centro.
— A única coisa que informaram aos passageiros foi que o metrô estava parado, aguardando liberação — contou Pacheco.
No metrô, suplício até a Cinelândia
Já o analista de sistemas Daniel Serrano pegou o metrô às 8h, na Pavuna, e só conseguiu chegar à Cinelândia às 11h30, ou seja, três horas e meia depois. Segundo ele, a viagem, em condições normais, levaria cerca de 40 minutos. Serrano conta que o metrô parou várias vezes no trajeto, sem que os passageiros soubessem o que estava ocorrendo.
— Peguei um metrô sem ar-condicionado e tive que descer duas vezes, no Maracanã e em Del Castilho, para tomar ar e, assim, tentar continuar a viagem — disse o analista.
A concessionária Metrô Rio disse que às 11h50m todos os problemas tinham sido resolvidos e os intervalos, normalizados. A Agência Reguladora de Transportes (Agetransp), que fiscaliza o metrô, informou que instaurou processos e enviou fiscais para apurar os motivos dos incidentes.
Na SuperVia, a manhã também foi marcada por transtornos. Durante uma vistoria numa composição do ramal de Santa Cruz, os passageiros tiveram que trocar de trem por duas vezes. Segundo a concessionária, a fiscalização é rotineira, para que sejam feitos ajustes técnicos e mecânicos. A empresa informou ainda que o trem não precisou ser retirado de circulação e logo voltou a operar.
Ainda de acordo com a concessionária, os passageiros foram retirados para que não ficassem esperando o fim da manutenção. A SuperVia informou também que os usuários, quando são obrigados a trocar de trem, aguardam na mesma plataforma a composição substituta. A vistoria não teria provocado atrasos significativos no ramal.
Fonte O GLobo http://oglobo.globo.com/transito/paes-admite-caos-promete-rever-esquema-de-transito-3747030#ixzz1kMbTXGcB
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