Por Antônio Werneck (werneck@oglobo.com.br) e Sergio Ramalho (sergio.ramalho@oglobo.com.br)
RIO - Em maio deste ano, Ricardo Cesar Ribeiro de Lemos, flanelinha que atua na área dos Arcos da Lapa e morador do Morro da Providência, no Centro, procurou a 5ª DP (Gomes Freire) para registrar uma ocorrência: por volta das 14h do dia 7, um sábado, quando trabalhava na Rua da Lapa, foi expulso do local e ameaçado por homens armados que se apresentaram como policiais. Não foi o único caso registrado naquela delegacia. Pelo menos dez guardadores relataram este ano ações semelhantes de homens armados, ocupando carros e motocicletas, em diferentes pontos do Centro.
Para a subprefeitura do Centro, que cobre 18 bairros, não há mais dúvidas: uma milícia formada por pelo menos 14 policiais civis e militares passou a agir na região explorando um novo filão: vagas de estacionamento. Já estaria sob o controle do bando 47 ruas, 70 flanelinhas e dez estacionamentos que funcionam em terrenos públicos (do município, do estado e da União) - áreas tomadas à força.
Um levantamento da subprefeitura, em poder do subprefeito Thiago Barcellos, revela que o grupo paramilitar tem um faturamento mensal estimado em mais de R$ 1 milhão. A quadrilha contaria com apoio em delegacias e batalhões da PM da região, além da própria prefeitura do Rio, onde funcionários estariam facilitando a ação do bando, fazendo vista grossa.
VÍDEO: Assista a trechos da entrevista com o subprefeito do Centro
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