Por ARARIPE CASTILHO
A Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) investiga se a prefeita Dárcy Vera (PSD) está envolvida num suposto esquema de fraude na distribuição de casas populares por meio da Cohap-RP (Companhia Habitacional Regional da cidade).
A acusação contra Dárcy foi feita pela suspeita de estelionato por "vender" essas casas a Marta Aparecida Mobiglia, 45.
De olho em 2012, prefeita de Ribeirão Preto retoma ações populares
Ela afirmou nesta quarta-feira à polícia que entregava dinheiro referente à comercialização das residências para um mensageiro da prefeita.
Silva Junior/Folhapress
Dárcy Vera, prefeita de Ribeirão Preto, nega envolvimento em suposta fraude
Dárcy negou as acusações e convocou uma entrevista coletiva para se defender no final da tarde desta quarta-feira.
A acusação contra Dárcy foi feita pela suspeita de estelionato por "vender" essas casas a Marta Aparecida Mobiglia, 45.
De olho em 2012, prefeita de Ribeirão Preto retoma ações populares
Ela afirmou nesta quarta-feira à polícia que entregava dinheiro referente à comercialização das residências para um mensageiro da prefeita.
Silva Junior/Folhapress
Dárcy Vera, prefeita de Ribeirão Preto, nega envolvimento em suposta fraude
Dárcy negou as acusações e convocou uma entrevista coletiva para se defender no final da tarde desta quarta-feira.
Marta é uma das investigadas por prometer, mediante pagamento de até R$ 3.000, que era capaz de "furar" o sorteio das casas do conjunto Paulo Gomes Romeu, construído pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de SP).
A Cohab-RP era responsável por fazer o cadastro das pessoas interessadas e organizar os sorteios.
Segundo a advogada de Marta, Máira Ferreira Teles, sua cliente disse à polícia que documentos e todo o dinheiro arrecadado com a fraude eram entregues a um motoqueiro, que seria um mensageiro de Dárcy.
"Ela afirmou que o contato [com a Dárcy] foi por meio da irmã da prefeita [Marli Vera, conhecida como Chaveirinho]", disse Teles.
DENÚNCIA
O caso começou a ser investigado há uma semana, quando Marta e uma segunda suspeita, Maria Rosa Lopes Ferreira, 57, foram parar na delegacia após denúncia de membros do Conselho Municipal da Habitação e do jornal "A Cidade".
Após a denúncia, a polícia começou a apurar se havia participação de funcionários da Cohab --comandada pelo PMDB em Ribeirão desde que Dárcy assumiu a prefeitura, em 2009.
Além de Marta, o delegado responsável pelo caso, Marcelo Velludo, deve ouvir nesta quinta-feira a segunda suspeita.
Procurado pela Folha, Velludo confirmou ter ouvido o depoimento de Marta, mas não quis comentar o conteúdo das declarações da investigada.
Após a denúncia, a polícia começou a apurar se havia participação de funcionários da Cohab --comandada pelo PMDB em Ribeirão desde que Dárcy assumiu a prefeitura, em 2009.
Além de Marta, o delegado responsável pelo caso, Marcelo Velludo, deve ouvir nesta quinta-feira a segunda suspeita.
Procurado pela Folha, Velludo confirmou ter ouvido o depoimento de Marta, mas não quis comentar o conteúdo das declarações da investigada.
"Eu sou o presidente do inquérito e, se esse conteúdo vazou, não foi pelas minhas mãos. O que eu posso dizer é que o depoimento da Marta realmente foi colhido", afirmou sobre o fato de Dárcy já ter recebido as declarações.
OUTRO LADO
No final da tarde, Dárcy chamou os jornalistas para desmentir as afirmações da mulher que a acusou.
A prefeita afirmou nunca ter falado com a investigada e que não é a primeira vez que "usam" seu nome para cometer irregularidades.
Ela disse ainda que está à disposição da polícia para a investigação.
"Sou a maior interessada em que tudo isso seja muito bem investigado e que se descubra a verdade. Estou muito tranquila quanto a isso", afirmou Darcy.
Ela concedeu a entrevista diante de uma mesa cheia de fitas de vídeo que ela disse serem as filmagens de todos os sorteios de casas em seu governo.
O presidente da Cohab-RP, Sílvio Martins --ex-vereador do PMDB indicado ao cargo pelo deputado Baleia Rossi--, acompanhou a prefeita durante a coletiva.
Ele afirmou que até agora não há indício de prova sobre o envolvimento do poder público no caso.
A assessoria de Dárcy disse que ela soube do depoimento da mulher à polícia por meio de "fontes"
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