domingo, 27 de novembro de 2011

CUIDADOS - Máquinas de refrigerante com alta contaminação (VEJA COMO PRECAVER-SE)

Análise da UFRJ revelou presença de fungos e bactérias em todas as saídas de latinhas

POR GISLANDIA GOVERNO


 Rio - A praticidade de recorrer a máquinas de refrigerantes para matar a sede ao simples apertar de um botão pode custar caro à saúde. Estudo do Laboratório de Microbiologia da UFRJ revela alto grau de contaminação por micro-organismos nos reservatórios em que as latinhas são despejadas. A concentração de bactérias chegou a 720.000 por cm², muito acima do limite de 50 por cm² determinado pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS). São fungos e bactérias e coliformes fecais, que representam risco invisível.


Arte: O Dia

As amostras foram coletadas em sete máquinas de auto-atendimento no campus da universidade no Fundão. Todas apresentaram contaminação e 87% tinham carga elevada de micro-organismos. “As máquinas analisadas são semelhantes às de metrô, bares, colégios e hospitais”, explica a pesquisadora Ana Favilla, aluna da UFRJ.

Foram feitas três análises de cada aparelho, com intervalo de 30 dias. Em todas foi detectada alta contagem de bactérias. Havia coliformes em 43% delas, e em 57,1%, fungos em contagens elevadas. Entre os riscos estão infecções gastrointestinais, como salmonelose e rotavirose (diarreia e vômitos são sintomas), e focais (no contato com mucosas, feridas na pele, olhos e boca, podendo causar micoses) e até hepatite A.

“A higiene dessas máquinas, cujo reservatório é aberto, é inadequada. A poeira acumulada é aparente. Por não disponibilizarem canudos ou copos, não fica outra opção a não ser colar a boca diretamente na latinha”, critica o professor de Microbiologia Marco Antônio Lemos Miguel, que coordenou o estudo.

Ele destaca que o objetivo da pesquisa é alertar o consumidor para os riscos de contaminação por sujeira e para a necessidade de os pontos de venda disponibilizarem canudos, copos ou pré-embalagem nos produtos que são levados à boca.



Foto: Fernando Souza / Agência O Dia

Fabricante de bebida contesta os resultados
Estima-se que o Brasil tenha 45 mil ‘vending machines’, segundo a Associação Brasileira de Vendas Automáticas. Boa parte delas é personalizada por marcas como Coca-Cola e Pepsi.

A Rio de Janeiro Refrescos, fabricante regional da Coca-Cola, que opera os aparelhos com a marca do refrigerante, contesta o estudo e esclarece que “as vending machines são sujeitas à observância de rigorosos processos de instalação, manutenção preventiva e sanitização. Em função do projeto destes equipamentos, a lata cai deitada. A tampa não mantém contato direto com a superfície do compartimento externo, só a sua superfície lateral. Desta forma, seriam imprescindíveis testes microbiológicos na tampa das latas”. A Ambev, responsável pela Pepsi, diz que higienização das máquinas é responsabilidade das empresas que as administram.

‘Compartimentos deveriam ser, no mínimo, fechados’, diz professor

Para o professor Marco Miguel, a sujeira aparente nos reservatórios das máquinas de auto-atendimento é um sério risco. “A sujeira vem do chão, o compartimento é aberto, e a poeira entra por todos os lados. É um ambiente quente que pode até acolher animais, como um gato, que procura lugar quente, pombo, rato, fora os insetos. Ao pisar, as pessoas carregam germes de esgoto no sapato. Essa poeira pode ser carregada para aquele compartimento, que deveria ser, no mínimo, fechado”, comenta.

Consumidores surpresos
Consumidor fiel dos refrigerantes das ‘vending machines’, o estudante Guilherme Lourenço, 27 anos, ficou supreso ao saber do resultado da análise da UFRJ.

“Às vezes acontece de eu pegar uma latinha na máquina com um pouco de poeira. Mas é uma coisa em que a gente nem se liga no dia a dia: esfrega um guardanapo e acha que está tudo bem. O jeito é confiar na defesa do nosso organismo”, comenta.

A vendedora Cláudia Ribeiro, 24, acha que deveria haver canudos nas máquinas: “Não tem como lavar a lata se ela estiver suja. Mas na hora em que a sede aperta, a gente nem pensa nos riscos”.

CUIDADOS

HIGIENE O ideal é lavar a parte da tampa da latinha com água e sabão ou detergente. Se não for possível, utilize canudo ou copo plástico.

CANUDOS Eles devem estar protegidos por plástico.

PASSAR PAPEL A pesquisadora Ana Favilla destaca que não adianta limpar a sujeira da lata esfregando guardanapo ou pano: “Só espalha a contaminação”.

LÍQUIDO
Se a lata estiver com sujeira e, ao utilizar um canudo, ela cair no líquido, não há riscos. “A bebida tem acidez, que acaba matando os germes”, explica o professor Marco Miguel


Fonte O dia http://odia.ig.com.br/portal/rio/html/2011/11/maquinas_de_refrigerante_com_alta_contaminacao_208789.html

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