Ministro se reuniu à noite com a presidente para discutir seu futuro; segundo ele, sua saída não foi discutida
21 de outubro de 2011 | 20h 23
Lisandra Paraguassu e Rafael Moraes Moura
A presidente Dilma Rousseff decidiu manter o ministro Orlando Silva no Esporte. Orlando foi chamado pela presidente Dilma Rousseff no final da tarde desta sexta-feira, 21, para conversar. Orlando, que passou o dia em despachos internos no ministério, chegou ao Planalto pela entrada dos fundos pouco depois das 19h. Esperou cerca de meia hora até ser recebido por Dilma. Ao deixar a o Planalto, depois de uma hora e meia de conversa, o ministro afirmou que Dilma se mostrou ''tranquila e confiante'' e o orientou a ''continuar trabalhando''. Segundo o ministro, ela lhe recomendou serenidade e paciência e reafirmou confiança em seu trabalho.
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"Foi um encontro para que eu esclarecesse todos os fatos, todas as acusações que tenho sofrido nos últimos dias. Dei detalhes, desmascarei todas as mentiras", afirmou Orlando. O ministro repetiu que havia pedido investigações à Polícia Federal e ao Ministério Público e aberto seus sigilos fiscal e bancário e que recebeu o apoio da presidente.
Indagado se continuava no cargo, garantiu que sua saída nunca havia sido discutida. Afirmou que, depois de dar suas explicações, ainda conversou com Dilma sobre a agenda do ministério para as próximas semanas - uma visita do presidente da Federação Internacional de Futebol, Joseph Blatter e um programa para atletas olímpicos - e sobre os resultados do Panamericano de Guadalajara.
Visivelmente abatido, o ministro mostrava no rosto os efeitos da semana difícil. Ao final da entrevista concedida no Salão Nobre do Palácio do Planalto, era esperado pelo assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, de quem recebeu um forte abraço e palavras de apoio.
Orlando passou o dia despachando normalmente no ministério. Evitou conversar com a imprensa durante todo o dia, mas investiu em redigir uma longa nota, publicada no site do ministério, com explicações sobre todas as denúncias que surgiram ao longo dessa semana. Chegou ao Planalto no início da noite com o carro oficial, mas evitou a entrada principal e preferiu os fundos.
Com a agenda atrasada, a presidente recebeu primeiro o empresário Eike Batista e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que vieram tratar de investimentos em uma fábrica de Tablets no Brasil. Eram 19h40 quando a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto confirmou oficialmente que o ministro estava com a presidente.
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