Bem equipado, mas vazio
Falta de médicos fecha seis setores do Hospital Federal Cardoso Fontes
Publicada em 20/10/2011 às 23h58m
Ludmilla de Lima (ludmilla.lima@oglobo.com.
RIO - Enquanto hospitais públicos da cidade padecem da superlotação, no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, o diagnóstico é outro: emergências e leitos vazios, mas não pela ausência de pacientes. O mal da unidade é a falta de médicos, como constatou na quinta-feira, durante uma vistoria, a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, que estava acompanhada do Sindicato dos Médicos e da Defensoria Pública da União no Rio. Nos últimos dois meses, a crise se agravou e, agora, a unidade tem seis setores importantes fora de atividade por causa do déficit de profissionais. Pelos cálculos repassados aos integrantes da comissão, esse número passa de cem.
VÍDEO: Veja como foi a vistoria no Hospital Cardoso Fontes
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Salas de cirurgia estão fechadasNa próxima segunda-feira, médicos e funcionários farão uma paralisação para protestar contra os problemas no Cardoso Fontes, que fica às margens da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá e numa região estratégica para os Jogos Olímpicos de 2016. Na quinta-feira, a bem equipada emergência pediátrica, com seis leitos, se encontrava vazia, apesar da procura constante de mães com crianças doentes. O setor fechou as portas no dia 30 de setembro, porque não há pediatras.
Também estão inoperantes o ambulatório de especialidades pediátricas, seis das sete salas de cirurgia, a enfermaria de cardiologia, seis leitos da unidade coronariana e seis do pós-operatório. Somente na unidade coronariana, há 27 bombas de infusão de medicamento inutilizadas. O setor, de acordo com o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Carlos Eduardo (PSB), teria capacidade para atender, por dia, até 600 crianças. A direção do hospital informou à comissão que seriam necessários 39 pediatras para recolocar a emergência em funcionamento.
Falta de médicos fecha seis setores do Hospital Federal Cardoso Fontes
Publicada em 20/10/2011 às 23h58m
Ludmilla de Lima (ludmilla.lima@oglobo.com.
RIO - Enquanto hospitais públicos da cidade padecem da superlotação, no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, o diagnóstico é outro: emergências e leitos vazios, mas não pela ausência de pacientes. O mal da unidade é a falta de médicos, como constatou na quinta-feira, durante uma vistoria, a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, que estava acompanhada do Sindicato dos Médicos e da Defensoria Pública da União no Rio. Nos últimos dois meses, a crise se agravou e, agora, a unidade tem seis setores importantes fora de atividade por causa do déficit de profissionais. Pelos cálculos repassados aos integrantes da comissão, esse número passa de cem.
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Salas de cirurgia estão fechadasNa próxima segunda-feira, médicos e funcionários farão uma paralisação para protestar contra os problemas no Cardoso Fontes, que fica às margens da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá e numa região estratégica para os Jogos Olímpicos de 2016. Na quinta-feira, a bem equipada emergência pediátrica, com seis leitos, se encontrava vazia, apesar da procura constante de mães com crianças doentes. O setor fechou as portas no dia 30 de setembro, porque não há pediatras.
Também estão inoperantes o ambulatório de especialidades pediátricas, seis das sete salas de cirurgia, a enfermaria de cardiologia, seis leitos da unidade coronariana e seis do pós-operatório. Somente na unidade coronariana, há 27 bombas de infusão de medicamento inutilizadas. O setor, de acordo com o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Carlos Eduardo (PSB), teria capacidade para atender, por dia, até 600 crianças. A direção do hospital informou à comissão que seriam necessários 39 pediatras para recolocar a emergência em funcionamento.
A dona de casa Verônica de Souza Liberato tentava na quinta-feira atendimento para seu filho Gabriel, de um ano e dois meses. Eles contou que já haviam dado meia-volta em frente a outros dois hospitais antes de chegar ao Cardoso Fontes. Nesta unidade, a moradora de Jacarepaguá soube de funcionários que ali também não haveria médico para examinar o pequeno Gabriel, com inchaço numa das pernas.
Verônica só conseguiu a consulta por causa da blitz promovida pela Comissão de Saúde, com a qual se deparou no corredor da emergência pediátrica do hospital. - Chegamos aqui e disseram que não ia ter atendimento. Um funcionário me disse que só me atenderam hoje (quinta-feira) aqui por causa dessa visita. Disseram que, se meu filho piorar, não vai mais ter atendimento. Esse tipo de coisa é um descaso total com a gente - afirmou Verônica.
A dona de casa Ana Maria Gracielle também circulava na quinta-feira pela área do hospital - que possui sete prédios - em busca de atendimento para João Victor, de dois meses. No momento em que a blitz deixava a unidade, Ana Maria, moradora da Cidade de Deus, ainda aguardava consulta para o bebê, com febre alta, falta de ar e tosse.
- Disseram que na emergência pediátrica não tinha médico. Agora, estou rodando o hospital - contou a mãe de João Victor.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde no Rio, o hospital conta hoje com 321 médicos, sendo 235 estatutários e 86 com contratos temporários, além de 1.585 funcionários, sendo 1.341 profissionais de saúde. O total de leitos é de 218. Por mês, segundo a Comissão de Saúde, são feitos 2.500 atendimentos na emergência e 12 mil no ambulatório. O orçamento anual da unidade é de cerca de R$ 50 milhões
Fonte Jornal O GLobo http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/10/20/falta-de-medicos-fecha-seis-setores-do-hospital-federal-cardoso-fontes-925626713.asp#ixzz1bPPhpc35
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