quarta-feira, 26 de outubro de 2011

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA : MP acusa governo Lindbergh de fazer contratos com empreiteira de fachada


 

 Aline Custódio 
O Ministério Público de Nova Iguaçu acusa o governo de Lindbergh Farias — que, atualmente, é senador pelo PT do Rio de Janeiro — de contratar uma empreiteira, que seria de fachada, para obras de saneamento básico na cidade. Entre 2005 e 2006, a Rumo Novo venceu pelo menos oito contratos, que totalizaram R$ 5,9 milhões. Todos eles são questionados na ação civil pública do MP, que acusa Lindbergh de improbidade administrativa.

De acordo com o MP, a empresa tinha como sócios Vitor Luiz Vicente Távora e Cleonice Paulina das Neves, e contaria com dois sócios ocultos: Norberto José Torradefló Palácios e Francisco de Assis Martins Pinto.

Segundo o MP, a Rumo Novo era fachada da Imacil Iguaçu Manufaturado de Cimento Ltda.. Nesta, o irmão de Vitor, Paulo Fernando Vicente Távora, é um dos sócios. As empresas funcionavam no mesmo endereço no Jardim Alvorada, em Nova Iguaçu.

Pelas investigações, as duas e uma terceira empresa, a Aporte Serviços e Comércio de Materiais, Equipamentos e Insumos Ltda., participaram das mesmas licitações. A Rumo Novo sempre vencia as disputas, por apresentar valores menores. Uma das sócias da Aporte é Paola Michelle Neves Torradefló, filha de Cleonice e de Norberto. Todos são réus no processo.

Nesta terça-feira, o EXTRA esteve nos endereços das empresas e constatou que nenhuma delas funciona nos locais registrados na Receita Federal.

Rumo Novo e Imacil deveriam estar numa numeração não encontrada na Avenida Abílio Augusto Távora. Já a Aporte teria de funcionar no 6º andar de um prédio comercial no Centro de Nova Iguaçu. No local, existe, há mais de dois anos, um escritório de advogacia. Um funcionário do prédio lembrou que, há cerca de cinco anos, época das licitações, a sala pertencia a uma empresa, mas os donos só apareciam para buscar a correspondência.

Só R$ 194 mil em bens
A juíza da 1ª Vara Cível de Nova Iguaçu, Maria Aparecida Silveira de Abreu, decretou o bloqueio dos bens móveis e imóveis de Lindbergh e dos outros oito réus no processo por improbidade administrativa. No registro de bens declarados por Lindbergh ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2010, quando foi eleito senador, o ex-prefeito de Nova Iguaçu possui apenas três terrenos na Paraíba, duas contas bancárias e uma caderneta de poupança, que totalizam R$ 194.861,80.

Oito órgãos fora notificados pela Justiça quanto ao bloqueio dos bens: Banco Central, cartórios dos registros de imóveis de São Paulo e do Rio de Janeiro, Detran do Rio de Janeiro e de São Paulo, Departamento de Aviação Civil (DAC), Capitania dos Portos e Comissão de Valores Mobiliários.

Ontem, mais uma vez, O EXTRA tentou falar com Lindbergh sobre o caso. Os dois assessores do senador, porém, não atenderam as ligações. Na segunda-feira, o seu assessor de gabinete, Fausto Trindade, informou que o senador não comentaria a acusação contra a Rumo Novo, já que todas licitações foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.

No telefone residencial de Vitor Távora, uma outra pessoa afirmou que o número não pertence a ele. Já o telefone de Paola, que estaria em Goiás, deu como inexistente. Cleonice, Norberto e Francisco não foram localizados. Por telefone, a empregada de Paulo Távora disse que transmitiria o recado a ele, que não retornou a ligação do EXTRA.

Fonte Extra http://extra.globo.com/noticias/rio/nova-iguacu-mp-acusa-governo-lindbergh-de-fazer-contratos-com-empreiteira-de-fachada-2883309.html#ixzz1bt7Y5bRy

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