terça-feira, 20 de setembro de 2011

COPA 2014 - Gastos previstos cresceram 28,7% em 8 meses, diz estudo do congresso

Em Belo Horizonte, por exemplo, custo dos projetos mais que duplicaram; governo federal defende investimentos e culpa estados e municípios


Por Marcelo Parreira Rio de Janeiro

Um estudo feito pelo consultor legislativo do Senado Federal Alexandre Guimarães mostra que, entre janeiro e setembro, houve um aumento de 28,7% nos gastos previstos para a Copa do Mundo de 2014. Os dados utilizados foram os divulgados pelo governo federal em balanços públicos dos preparativos para o Mundial.

De acordo com o levantamento, o custo total projetado na chamada Matriz de Responsabilidades, que lista as obras previstas para o evento e define os responsáveis por cada uma, subiu de R$ 23,83 bilhões para R$ 30,66 bi. Proporcionalmente, o maior aumento ocorreu nas ações para mobilidade urbana, que ficaram R$ 4,4 bilhões mais caras - uma alta de 37,5%. Sozinho, o setor é responsável por 65,3% do aumento no custo total.

Já as obras para estádios ficaram R$ 1,3 bilhões mais caras, uma alta de 23,2%. O estudo não levou em conta, no entanto, a redução de R$ 97 milhões no preço da reforma do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. A projeção de investimentos em aeroportos cresceu R$ 901 milhões (16,2% maior) e em portos, R$ 158,2 milhões (21,4% de alta).

O principal motivo para o aumento foi a inclusão de novas obras. A definição do estádio do Itaquerão, em São Paulo, e a opção por novas ações de mobilidade urbana em Belo Horizonte foram responsáveis sozinhas por mais de R$ 4 bilhões de aumento. Com isso, os investimentos previstos ao todo pela capital mineira para o Mundial mais que dobraram (130,8% de aumento). Se consideradas só as ações de mobilidade na cidade, o custo mais que triplicou (221,5% de alta). Sem novas obras, a cidade com maior alta nos custos é Cuiabá, que viu os investimentos para a Copa ficarem 59,6% mais caros - resultado de um incremento na previsão dos custos para a mobilidade urbana em 142,3%.

- Causa preocupação o aumento de custos apresentados, superior ao que se previa, mesmo nos cálculos mais pessimistas. Em especial, deve-se ter em conta que, grande parte das obras de mobilidade urbana e nos aeroportos e portos, ainda não iniciou - diz o estudo.

Por meio da assessoria, o Ministério do Esporte defendeu os investimentos. Segundo o governo, os aumentos nos estádios são responsabilidade de estados e municípios, e o teto de financiamento pelo BNDES previsto para as obras - de R$ 400 milhões cada - não foi alterado. Já em relação a portos, aeroportos e mobilidade urbana, o governo disse apenas que os aumentos não são negativos porque os investimentos beneficiam a população

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