segunda-feira, 11 de abril de 2011

CONGRESSO EM FOCO - 'Câmara: 271 políticos ligados à Casa têm parente na política'

O Globo

RIO - A tradição do poder patriarcal, familiar, é uma das grandes características da estrutura do "coronelismo", tanto explorada por historiadores no Brasil. Alcançado o regime democrático, no entanto, as relações políticas continuaram a persistir através do apadrinhamento de figuras públicas. Um levantamento do site "Congresso em Foco" explica em números esta constatação e mostra que 271 deputados federais titulares, suplentes e licenciados, de um total de 564, têm alguma relação de parentesco com alguém na esfera política.


A quantidade de políticos nesta condição representa 48% das pessoas ligadas à Câmara dos Deputados. Eles são filhos, netos, sobrinhos, pais, irmãos, cônjuges ou ex-cônjuges de quem já teve um mandato, exerceu algum cargo de nomeação política ou participou de eleição.

Dos 22 partidos, em ao menos 11 siglas mais da metade de seus representantes possuem familiares que já tiveram ou têm atuação política. O PMDB é a legenda que proporcionalmente mais comporta representantes com vínculo familiar na vida pública se desconsiderarmos o PRTB e o PTC (a primeira sigla tem dois políticos e a segunda apenas um, todos eles com ligações de parentesco, 100% das bancadas) : 55 do total de 84 representantes (65,5%). Em seguida, na lista do "Congresso em Foco" , aparecem o DEM (com 63,3% dos políticos), o PSC (63,2%) e o PP (63%).

O caso de manutenção do poder hereditário mais longínquo é o de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), de 80 anos. Ele é descendente de José Bonifácio, o Patriarca da Independência, e faz parte da quinta geração de parlamentares federais.

Entre os principais partidos na Câmara, o PT é o que tem, proporcionalmente, menos representantes ligados a famílias de políticos. Dos 97 petistas que passaram pela Casa este ano, 23 têm algum parente na política


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