domingo, 13 de março de 2011

VOCE QUER OUTRA USINA NUCLEAR AQUI NO BRASIL ???

Blog de Paulo Moreira Lima

Num artigo enviado diretamente do Japão, onde reside há anos, o brasileiro Tomi Yokohama pergunta: quem é responsavel pelo desastre nuclear ocorrido após o tsunami? Leia sua resposta:

"Desde o terremoto de ontem, as autoridades governamentais tentavam minimizar a possibilidade de um desastre nuclear na provincia de Fukushima, uma das principais atingidas pelo terremoto.

Os fatos: houve uma explosão hoje. Em se tratando de uma usina nuclear, o nome óbvio que podemos dar a isso se chama “desastre”. Em uma usina nuclear, por consequência, “desastre nuclear”.

A crise: a operadora da planta onde ocorreu a explosao, a Tokyo Eletricidade, não tem uma explicação para a explosão e diz que ainda está analisando os motivos.

Convenhamos: uma explosão em uma usina nuclear não é uma coisa que possa ocorrer. E mais do que isso, após o desastre, os responsáveis dizerem que não sabem os motivos.

A Tokyo Eletricidade é uma empresa pela qual tenho grande respeito. Trabalhei em algumas ocasiões no seu interior e conheco o alto grau de profissionalismo e seguranca que faz parte de seu dia-a-dia, mas acho que no que diz respeito a usinas nucleares, ela tomou riscos de maneira irresponsável.

Você acha que as usinas nucleares japonesas são seguras? Eu penso que não. Já houve antecedentes e agora este caso é bastante grave.

O fato de não ter explicações para uma explosão ocorrida sobre sua responsabilidade demonstra que a empresa perdeu o controle da situação.

Não estou aqui para fazer alarmismo, mas para procurar encontrar lógica em uma situação caótica, que envolve a população que vive em volta do reator.

O governo havia ordenado a evacuação em um raio de 10 Km. Agora ordenou a evacuação para um raio de 20 Km. Então, pergunto: por que 10Km, 20 Km e por que não 50Km ou mesmo 500Km?

Com base em que se decidem essas distâncias?

Nem a Tokyo Eletricidade nem o governo sabem, literalmente, o que ocorre na usina…

O centro da discussão não é a ocorrência de um desastre nuclear. Ele já ocorreu. O que estamos discutindo agora são as proporções que este desastre irá tomar e [o número] de pessoas que poderão ser afetadas por essa irresponsabilidade.

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