Blog de Augusto Nunes
Para quem vê as coisas como as coisas são, Erenice Guerra é uma militante do PT que, homiziada na cúpula do ministério mais importante da República, tratou de ganhar dinheiro sujo como gerente e coiteira da quadrilha formada por parentes. Ponto.
Se fosse personagem de algum seriado policial da TV americana, Erenice já teria ouvido há muito tempo a leitura dos seus direitos pelo detetive que escalado para algemá-la pelas costas. Como existe no Brasil, a criatura inverossímil aguarda em sossego a condenação à liberdade em última instância.
Enquanto contempla entre bocejos o ritual das sindicâncias de araque e das investigações simuladas, Erenice exerce o direito de ir e vir para circular por Brasília com a pose arrogante de quem foi convidada até para a confraternização de fim de governo dos ministros de Lula, até para a festa de posse de Dilma Rousseff.
Talvez fosse mais discreta se o prontuário só registrasse o que fez em parceria com a família. Esbanja segurança por confiar na força que vem das patifarias cometidas em parceria com Dilma Rousseff.
Em fevereiro de 2008, para desviar do Planalto os holofotes que iluminavam a farra dos cartões corporativos, o presidente Lula encomendou a Dilma um dossiê que transformasse Fernando Henrique e Ruth Cardoso no mais perdulário dos casais.
A chefe da Casa Civil repassou o serviço à companheira que acumulava as funções de braço direito, melhor amiga e confidente. Pilhada em flagrante, Dilma negou a maternidade da sordidez. Se não for tratada com a devida gentileza, Erenice pode ser induzida pelo temperamento esquentado a contar o que sabe.
Em outubro de 2008, a superassessora foi encarregada por Dilma de agendar uma conversa reservada com Lina Vieira(foto), secretária da Receita Federal.
Em agosto de 2009, numa entrevista à Folha, Lina revelou que durante o encontro, ocorrido em 9 de outubro, foi pressionada para “agilizar” a auditoria em curso nas empresas da família Sarney. Tradução: convinha esquecer o caso. Como fez de conta que não entendeu a ordem de Dilma, foi demitida por honestidade. Dilma jurou que a conversa não houve.
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