UPPs fazem preços médios das apólices dos veículos caírem 15% após a virada do ano
POR AURÉLIO GIMENEZ
Rio - O preço médio dos seguros de automóveis no Estado do Rio ficou até 15,7% mais barato em janeiro deste ano. Segundo o Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio, algumas das regiões que observaram maiores quedas foram Madureira (-20,5%) e Copacabana (-13,5%), onde foram instaladas duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Nova Iguaçu e Niterói também apresentaram redução, em torno de 12%, no valor das apólices.
Proprietário de um Peugeot, o arquiteto Francisco de Assis afirma que há “gordura” nos preços dos seguros | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
A queda, de acordo com o Clube dos Corretores do Rio, levou em conta o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que registrou no ano passado baixa de 12,57%, se comparado com 2009, para o item seguro de veículos em todo País. Em Nova Iguaçu, por exemplo, o preço médio de seguros de carros populares como Palio, Celta e Fiesta caiu de R$ 1.400, em 2009, para R$ 1.200, em dezembro de 2010, uma redução de 14%.
Um dos fatores para a diminuição no valor das apólices no Rio tem relação com quedas nos índices de roubos de veículos nessas regiões. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) apontam que a incidência desse crime caiu 16,3% na comparação entre novembro de 2010 e o mesmo período de 2009, no estado.
“A presença das UPPs tem sido importante para a redução dos crimes e isso se reflete na queda dos índices das apólices”, afirma o presidente do Clube dos Corretores, Amilcar Vianna.
'Valor pode cair mais', diz arquiteto
O arquiteto Francisco de Assis, 72 anos, comemora a redução nos índices das apólices de seguros. Proprietário de um modelo Peugeot 2005, ele diz que os preços poderiam baixar mais, já que a economia do País está aquecida.
“Há muita gordura nesse segmento, e a concorrência é grande. Então, é natural haver redução de preço, que poderia ser menor ainda”, comenta o arquiteto.
Já o comerciante Elder Augusto do Vale Maio, 47, diz não ver muita diferença nos preços, ano após ano. Segundo ele, há cinco anos que seu veículo circula pela cidade sem proteção. “Moro em Vila Isabel, bairro considerado perigoso pelas seguradoras, o que eleva o preço dos seguros. Acho os valores altos e, por isso, prefiro não pagar”, conta o comerciante.
Perfil do motorista influi no preço
Presidente do Clube dos Corretores do Rio de Janeiro, Amilcar Vianna diz que vários fatores determinam o valor de seguro de automóveis: “Se a UPP está num bairro, e os bandidos fogem para outro, onde começa haver muitos assaltos, certamente quem mora nessa região pagará um preço maior pelo seguro”.
Idade do proprietário, sexo, estado civil, ano do veículo, local de residência e se tem ou não garagem também são itens que contribuem na formação do preço da apólice.
“Nos Estados Unidos, há quem cobre por quilômetro rodado. Aqui, já fizeram estudos nesse sentido. Quem sabe, um dia, será mais barato deixar o carro em casa”, brinca Vianna.
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