Por Edna Simão e Tiago Décimo, no Estadão:
A debandada das famílias de baixa renda pressionadas pelas cobranças da Caixa Econômica Federal (CEF) começa a mudar o perfil do Residencial Nova Conceição. O cenário antes de apartamentos simples e de gente sem bens contrasta com a picape Nissan Frontier bege metálica, último modelo, estacionada na alameda A, à entrada do conjunto. O valor de mercado do veículo (modelo 2011) oscila entre R$ 90 mil e R$ 121 mil.
O proprietário do automóvel, um comerciante identificado apenas por “Cigano” no conjunto, que teria como principal negócio a venda de colchões, é pouco conhecido no condomínio. Segundo os relatos, ele não conversa com os vizinhos e prefere não ser abordado.
Cigano, que alguns dizem se chamar Cláudio, comprou um apartamento no local e mora com a mulher e uma filha. Já teria comprado outros quatro imóveis no conjunto - um para seus pais, um para seus sogros e um para um irmão, que moram no local, e outro, que estaria negociando. Em média, ele teria gastado entre R$ 14 mil e R$ 18 mil em cada unidade, segundo relatos de moradores. Os antigos proprietários voltaram para os bairros de origem. O Estado não encontrou Cigano e seus familiares no conjunto.
A negociação imobiliária no Residencial Nova Conceição, porém, não se restringe à compra e venda de apartamentos. Aos poucos, beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida que preferiram não ocupar os apartamentos começam a alugar unidades. O valor cobrado é de R$ 200 - R$ 150, mais os R$ 50 mínimos de prestação -, além das contas de consumo (água, luz, gás).
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Na área onde foi construído o Residencial Nova Conceição havia antes o lago de um clube de campo abandonado. Nas obras, a área foi drenada, aterrada e terraplenada, mas os pontos que não receberam prédios apresentaram problemas dois meses depois de os imóveis serem entregues, em julho do ano passado. A cobertura asfáltica da área cedeu tão logo o trânsito de automóveis começou. Aqui
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