quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Crea-RJ : 80% das mortes na Região Serrana poderiam ter sido evitadas



Rio - O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Economia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) afirmou que tragédia que vitimou mais de 830 pessoas na Região Serrana do Rio ocorreu por uma " foi exacerbada pela falta de planejamento dos órgãos públicos". A acusação de Agostinho Guerreiro foi feita nesta quarta-feira após a entrega de um estudo aos prefeitos de Teresópolis e Nova Friburgo sobre os fatores que causaram as enchentes nas duas cidades.

"Se tivesse sido cumprida a Lei brasileira correspondente a desmatamentos, certamente teríamos salvo 80% de vidas na região", afirma Guerreiro. Além de determinar as causa da tragédia, o documento, concebido por técnicos e especialistas do Crea-RJ nos três dias que se seguiram às chuvas, apresenta sugestões de obras possíveis de serem realizadas até o próximo verão para amenizar os riscos.

"São obras de pequeno porte, como contenção de encostas e pequenas barragens no topo dos afluentes que não exigem grandes gastos ou grande aparato para serem realizadas", sugere o engenheiro.

Ele também ressaltou a urgência para a realização das obras sugeridas. "No verão do ano que vem, nós teremos novas catástrofes. Só não sabemos onde". 

De acordo com Guerreiro, apesar de o fenômeno natural das chuvas ter ocorrido em grande intensidade, a intervenção humana na região não pode ser desconsiderada como fator preponderante na força das cheias e deslizamentos. "Aqueles que colocam a culpa apenas no fenômeno natural estão prestando um desserviço ao comportamento dos órgãos públicos".

Além do aquecimento global, que, segundo o engenheiro, intensifica os fenômenos naturais, o desmatamento de encostas e a ocupação irregular do solo fazem com que a velocidade e o volume das águas que descem os morros aumentem, desencadeando o processo.

Região Serrana enfrenta a pior catástrofe de sua história

Castigada por um temporal que fez chover em 24 horas mais do que era esperado para todo o mês, a Região Serrana do Rio enfrenta desde a noite da terça-feira 11 de janeiro a pior catástrofe natural do Brasil. Com o número de mortos, desabrigados, desalojados, feridos e desaparecidos, a tragédia já superou o registrado em janeiro do ano passado, em Angra dos Reis e, em abril, na capital e Niterói.

Localidades inteiras foram soterradas por lama no município de Teresópolis. No bairro Caleme, uma represa da Cedae transbordou por causa da tromba d’água, provocando o deslizamento de encostas sobre casas e carros. Em Nova Friburgo, três bombeiros que seguiam para resgatar vítimas quando o carro onde estavam foi soterrado por uma avalanche.

Petrópolis também sofreu devastação em diferentes pontos. O Distrito de Itaipava foi o mais atingido. O soterramento de uma casa na localidade Vale do Cuiabá matou 12 pessoas de uma mesma família. Corpos foram recolhidos por moradores e depositados às margens de um rio à espera de resgate. Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto, também cidades da região, também contabilizam mortos.

Com informações do Terra

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