Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sexta-feira, 9 de abril de 2010

RIO DE JANEIRO/NITERÓI/PREFEITURA - Governos estimularam a ocupação do lixão #niteroi


A área condenada para construções recebe obras de urbanização desde os anos 80

Rio - Era uma tragédia anunciada. As construções na encosta do Morro do Bumba sobre um lixão desativado não tinham como se sustentar naquele terreno frágil, de resíduos orgânicos acumulados durante 16 anos, de 1970 até 1986. Ao longo das últimas décadas, em vez de remover as famílias, os governantes estimularam o crescimento da comunidade, com projetos sociais, obras de saneamento e até projetos habitacionais. Estudo encomendado pela própria prefeitura em 2004 já apontava o alto risco de construções no Morro do Bumba. A Polícia abriu inquérito para apurar a responsabilidade pela tragédia.

Retroescavadeira revolve a terra escura, devido aos sedimentos antigos do lixão, em busca de corpos | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
A chuva forte contribuiu para encharcar o solo e provocar o deslizamento. De acordo com os estudiosos, ainda que fosse um aterro sanitário com tratamento de lixo, sistema de drenagem de gás e chorume, o terreno jamais poderia receber construções, por questões estruturais, de saúde pública e até riscos de explosões provocadas pela decomposição do material orgânico que produz o gás metano.

>> FOTOGALERIA: Novo deslizamento no Morro do Bumba em Niterói

Segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia (Crea), Agostinho Guerreiro, as áreas de lixão são como terra fofa e não oferecem sustentação adequada para construções. “A estrutura das construções não têm como se firmar nesses terrenos frágeis. Quando há chuva forte, o solo fica alagado e mais pesado e, no caso de áreas em declive, fica mais propenso ao deslizamento”.

O lixão ocupa a parte baixa do Morro do Bumba e até 1986 era usado pela prefeitura. Moradores ouviram explosões e sentiram cheiro de gás. Segundo o professor do Laboratório de Geotecnia da Coppe/UFRJ, Cláudio Mahler, especialista em solos de aterros sanitários, mesmo após 30 anos interditado, um lixão ainda produz este gás tóxico.

>> FOTOGALERIA: Motoristas ficaram ilhados até a água baixar


 


 

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